Indústrias alimentícias se anteciparam e operam protegidas contra a crise

Leia em 2min

Algumas empresas continuam a adotar os mesmos procedimentos no mercado internacional. E não é porque vêem um cenário cor-de-rosa, mas porque já se consideram bastante prudentes. Fazem parte desse grupo as indústrias alimentícias Harald e Fini. "Com essa crise generalizada, já teríamos implementado alguma mudança caso não fôssemos extremamente cautelosos", afirma Daniela Azevedo, analista de exportação da Fini, filial brasileira do grupo espanhol Sánchez Cano.

 

Com fábrica em Jundiaí (SP) e uma linha de produtos que inclui balas de gelatina, chicletes e marshmallows, a Fini exporta apenas 2% de seu faturamento total. "A unidade brasileira foi construída para atender especificamente o mercado nacional, mas, dada a proximidade, passou a fornecer a países sul-americanos e da América Central. Os demais mercados são atendidos pela matriz espanhola, com exceção da África. "É que o frete para lá é mais compensador a partir do Brasil do que da Espanha", diz Daniela.

 

A Fini sempre atuou no exterior basicamente com pagamento antecipado. "Não é assim tão antecipado", faz questão de ressaltar a analista. Segundo ela, o cliente tem que fazer o pagamento dois dias antes do embarque, quando a reserva no navio já está confirmada. Já a carta de crédito é, na concepção da Fini, uma concessão especial dada a clientes de longa data. Daniela explica que dois clientes do Uruguai e um da África fazem uso da carta.

 

Na produtora de coberturas e chocolates Harald, tudo segue como antes, informa o diretor comercial, Jacob Cremasco. "Continuamos acompanhando com rigidez a abertura de novos clientes", diz. "Não dá para mudar o comportamento a cada situação delicada."

 

A empresa exporta para América Latina, Estados Unidos e Oriente Médio atualmente suas exportações correspondem a 3% do faturamento. "Neste ano nossas vendas externas cresceram 80% e a meta é crescer outros 33% em 2009", adianta o diretor comercial.

 

A Harald vende no mercado internacional principalmente via carta de crédito ou mediante pagamento à vista. Além disso, luta para manter suas vendas bem pulverizadas. "Nosso maior cliente no mercado interno não chega a responder por 1% dos negócios. Daí, se ele balançar, nós não balançamos", exemplifica Cremasco. A mesma filosofia é seguida à risca no exterior. "Também lá fora o risco é mínimo e calculado", comenta o executivo.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


Veja também

Derivativos da Vicunha

A Vicunha Têxtil retificou o valor das perdas com derivativos cambiais realizadas com o Citibank. O prejuíz...

Veja mais
Crise traz herdeiros de volta à rotina diária

O agravamento da crise no mercado financeiro internacional, que já reflete no setor produtivo, tem feito com que ...

Veja mais
Sem crise, PIB cresce 6,8% no 3º- trimestre

Ainda sem refletir impactos da crise global, a economia brasileira encerrou o terceiro trimestre com forte expansã...

Veja mais
Famílias recuam na gestão profissional

O agravamento da crise no mercado financeiro e a conseqüente repercussão no setor produtivo têm levado...

Veja mais
Papel: setor revê expansão

O agravamento da crise financeira deve fazer com que as empresas do setor de embalagens de papel apresentem em 2008 cres...

Veja mais
Melitta nas gôndolas

A Melitta, multinacional alemã que completa 40 anos no Brasil em 2008, chegou aos principais pontos-de-venda de B...

Veja mais
Têxtil: impacto da crise deve ser menor no segmento

O setor têxtil mineiro deve sentir de maneira branda os impactos da desaceleração econômica ta...

Veja mais
As velhas práticas de RH não funcionam mais

A falta de percepção entre as diferenças da antiga era de produção em massa e da nova...

Veja mais
Alimentos pressionam

Um cenário de acelerações nos preços de hortaliças e legumes levou às taxas ma...

Veja mais