Cobertura de preço da concorrência amplia possibilidade de economia para o consumidor

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A política de cobertura de preços em redes de varejo pode ser um trunfo para economizar na conta do supermercado e nas compras de fim de ano. Em lojas como Ricardo Eletro e nos supermercados Extra, Walmart e Carrefour, basta o cliente apresentar o encarte de um concorrente que ofereça preço mais baixo para levar o produto pelo mesmo valor. A grande vantagem é comprar o mesmo lugar, aproveitando os descontos oferecidos na loja em que está adquirindo o produto e também aqueles anunciados pelos concorrentes.

O Extra afirma cobrir os preços de sua "concorrência direta", e um dos principais alvos é supermercado Guanabara, que ainda está com promoções do mês de aniversário. A cobertura é feita direto no caixa, na hora de pagar pela compra. Segundo o Extra, também são realizadas pesquisas diárias de preços para oferecer produtos com valores menores ou iguais aos da concorrência.

Para o consultor de varejo do Grupo Azo Marco Quintarelli, a estratégia, além de ótima para o consumidor, é uma forma de defesa de mercado.

“A cobertura de preços faz a empresa concorrer diretamente, ainda que não tenha a mesma capacidade promocional do concorrente”, afirma Quintarelli, que inclui o Rio de Janeiro entre as cidades brasileiras com mais promoções no varejo.

“Para o consumidor, é ótimo, porque a economia chega a até 30%. Para o varejista, também é eficiente, pois é uma maneira de fidelizar o cliente.”

Uma prática comum em caso de preços promocionais, especialmente em supermercados, é a limitação de quantas unidades do mesmo produto podem ser compradas, sobretudo quando o preço da concorrência está com forte desconto. No Extra, por exemplo, a cobertura é limitada a cinco unidades. A loja deve exibir placas informando o número máximo de produtos vendidos com preço promocional.

O diretor de fiscalização do Procon-SP, Marcio Marcucci, explica que as redes de varejo podem estipular as regras que quiserem para a cobertura de preços, desde que fique tudo claro para o cliente.

“No caso de publicidade em TV, deve ser destacado na fala do narrador algo como: "consulte as condições nas lojas". Neste caso, o consumidor já sabe que há regras e possíveis restrições. No caso de material impresso, as condições devem ser informadas de forma legível”, afirma.

As lojas da rede Walmart anunciam a estratégia de cobertura de preços aos quatro ventos. Segundo o vice-presidente de marketing do Walmart Brasil, Renato Raduan, a política existe na rede desde que ela foi aberta no país, em 1995.

“Cobrimos qualquer preço de qualquer rede varejista, desde que o consumidor tenha em mãos um encarte ou anúncio de jornal que comprove aquele preço mais baixo. Isso se aplica a todos os itens, seja um ar-condicionado ou uma lata de atum”, diz ele.

No setor de medicamentos, a Drogaria Onofre garante cobrir o preço da concorrência até mesmo se o consumidor não tiver um anúncio que comprove o preço mais baixo. Segundo a empresa, se o cliente disser que em outra farmácia determinado produto é mais barato, os funcionários são orientados a ligar para a concorrente e conferir.

Já as Casas Bahia não adotam cobertura de preços como política da empresa, mas cobre ofertas vez ou outra em algumas de suas lojas. A regra para o consumidor é tentar negociar. Já empresas como a Casa & Vídeo, Guanabara, Mundial e Prezunic não adotam a estratégia e preferem focar nas próprias promoções.



Veículo: Diário de Pernambuco


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