Pesquisa da KPMG aponta lacunas que afetam as mulheres na equidade de gênero

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Brasil ocupa 48° lugar, entre 128 países, do ranking 2012 de oportunidades econômicas para o sexo feminino


Nos últimos 30 anos, as mulheres vêm obtendo importantes conquistas na equidade de direitos em relação aos homens. Esta é uma tendência que tem um indício interessante. Agora em 2012, pela primeira vez na história, todos os países que participaram dos Jogos Olímpicos levaram pelo menos uma mulher entre seus representantes para a disputa em Londres. Apesar desses avanços evidentes, a equidade de gênero ainda está distante de ser atingida em diversas partes do mundo.

Para estimular os debates sobre o tema e apontar possíveis soluções visando reduzir a distância entre os direitos percebidos para homens e mulheres, a KPMG International lançou o relatório "Bridging the gender gap - Tackling women´s inequality" (Preenchendo a lacuna entre gêneros - Combatendo as desigualdades contra as mulheres), que traça uma análise dos problemas enfrentados pelo sexo feminino desde antes da concepção, passando pela infância, vida adulta e terceira idade.

"De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres são responsáveis por 66% do trabalho do mundo, produzem 50% de nossos alimentos e constituem quase a metade do grupo de estudantes universitários. No entanto, elas ganham apenas 10% do rendimento global e possuem apenas 1% de todas as propriedades. A equidade de gênero não é apenas um direito humano fundamental, é também reconhecida como elemento vital para o crescimento econômico e o desenvolvimento mais amplo da sociedade, e está incorporada entre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU (ODM). O assunto também foi tema da Assembleia Geral da ONU de 2012, onde o debate se concentrou no acesso das mulheres à Justiça. Felizmente, muitos governos e agências estão empenhando esforços para reduzir o hiato entre os gêneros, que, em alguns casos, significa superar séculos de percepções arraigadas sobre o papel das mulheres na sociedade", afirma Timothy A. A. Stiles, líder global de International Development Assistance Services da KPMG.

"Ao destacar os três estágios de vida - infância, período adulto e terceira idade -, este relatório da KPMG lança um olhar profundo às questões que contribuem para a inequidade e considera as soluções existentes e potenciais, com base em uma extensa pesquisa realizada em todo o mundo", explica o executivo.

Por exemplo, o documento destaca que diversos estudos comprovam que a valorização da participação da mulher é fundamental para o crescimento sustentável dos países:

• restrições à participação feminina na força de trabalho podem reduzir em até dois pontos percentuais o crescimento anual do PIB (produto interno bruto) de um país;

• a produção agrícola é afetada em razão de as mulheres produtoras rurais não terem acesso a crédito ou não possuírem suas próprias terras;

• a dependência econômica feminina em relação aos homens restringe sua capacidade de decidir pela prática do sexo seguro, tornando-as mais vulneráveis a gravidez indesejada ou a infecção pelo vírus HIV, o que contribui para o descontrole populacional e para o aumento de custos com saúde, entre outros fatores.


Para reverter tais diferenças, o documento sugere que é necessária a adoção de compromissos políticos firmes, o que acaba sendo, por si, uma questão problemática, especialmente diante do fato de que apenas 20% dos parlamentares de todo o mundo são mulheres.
O problema da inequidade entre os gêneros afeta tanto países em desenvolvimento, quanto os desenvolvidos. Diferentes estudos estimam que os Estados Unidos, Europa e Japão poderiam ampliar o PIB anual em 9%, 13% e 16%, respectivamente, eliminando as lacunas entre os sexos para melhorar o status econômico das mulheres.


Como país em desenvolvimento, o Brasil ainda enfrenta consideráveis disparidades em relação às questões de gênero. Por exemplo, entre 128 nações avaliadas, o país ocupa a 48ª posição no ranking de oportunidades econômicas para mulheres, de acordo com o "Women´s Economic Opportunity Index 2012", da "Economist Intelligence Unit". O Brasil fica atrás de nações como Uruguai (39ª colocação), México (41ª) e Chile (42ª), e à frente de Argentina (50ª), Peru (56ª), Colômbia (58ª), Rússia (66ª) e China (68ª). A lista é liderada por três países nórdicos: Suécia, em 1°; Noruega, em 2°; e Finlândia, em 3°. Os Estados Unidos surgem na 14ª colocação, enquanto o Japão figura no 25° lugar.


"Apesar de termos avançado significativamente na equidade de tratamento entre os sexos, especialmente depois da Constituição de 1988, ainda enfrentamos sérias diferenças que pesam significativamente contra as mulheres brasileiras. Primeiro, é reconhecido o fato de que os salários dos homens tendem a ser maiores que os das mulheres quanto ocupam cargos similares. Além disso, são limitadas as oportunidades de carreira oferecidas para as profissionais. Também, nós mulheres, estamos sub-representadas nas diversas instâncias políticas do país. Há ainda carência de programas específicos para lidar com questões vinculadas às especificidades femininas em campos como os da Saúde e da Justiça, por exemplo", avalia Iêda Novais, diretora da área de International Development Assistance Services da KPMG no Brasil.


O relatório conclui que, para alcançar a paridade econômica, cultural e social entre os sexos, é necessário que os líderes políticos, agências multilaterais, empresas, veículos de comunicação e a sociedade como um todo se esforcem para que sejam adotadas medidas decisivas e dedicadas à reversão de quadros de desigualdade. As ações políticas devem abranger todas as fases da vida da mulher, incluindo uma melhor oferta de recursos de saúde a partir do estágio de pré-natal, acesso total a uma educação integral, cultura de trabalho inclusivo que proíba práticas discriminatórias e reformas políticas em questões como a propriedade da terra e os direitos de herança.



Para ter acesso ao relatório (em inglês) clique aqui




Fonte: Assessoria de Comunicação da KPMG

 


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