Preço do alho brasileiro dispara no mercado

Leia em 2min 30s

Consumidores já sentem o aumento no preço do alho nas prateleiras de supermercados e hortifrutis da cidade. Antes vendido a uma média de preço de R$ 9,90 o kg, o valor do produto, dependendo do tipo, saltou para R$ 19,90 kg, um aumento de mais de 100%.  Os comerciantes culpam o reajuste de preço por causa do custo de produção na safra brasileira que é mais cara do que a safra chinesa e argentina, outros grandes fornecedores no mercado interno.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Hortaliças de Brasília, Francisco Vilela Resende, o país tem boas áreas para o plantio do tempero, principalmente na região do cerrado, por ter um solo de altíssima qualidade e o clima mais adequado. Porém o grande problema para concorrência de preço é a importação do produto de países como a China e Argentina que possuem alta produção e um custo muito inferior ao nacional.

Enquanto o Brasil produz cerca de 15 mil toneladas/ano do produto,  a China, por exemplo, produz 80 mil toneladas anualmente. Somente 30% do alho nacional são consumidos pelo mercado interno.

“Na década de 1980, o Brasil quase passou a ser autossuficiente na produção do tempero, porém com a grande produção e importação da China e contrato do Mercosul que abriu também as portas para o produto argentino, a produção brasileira teve uma queda e perdeu espaço no mercado nacional”, comenta Resende.

Também para o cultivo do alho são exigidos muitos cuidados e mão de obra, pois todo processo de plantio, colheita e limpeza deve ser feito manualmente. Além disso, o produtor deve ter o conhecimento apurado em técnicas de irrigação e adubação. Por ser um cultivo subterrâneo não pode ser feito em terras argilosas.

O clima mais adequado para produção do alho é de temperaturas mais amenas e frias em torno dos 15 °C, característica das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país e que ocorrem entre os meses de abril a julho. Na região Nordeste, há também áreas com essas características propícias para produção.

Os estados de Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia se destacam na produção do tempero e representam cerca de 90% da produção brasileira.

Os comerciantes também já sentem a queda nas vendas do alho, aproximadamente 30% menos, segundo a gerente Mara Callegário, do Varejão da Qualidade, porém a expectativa é que as vendas melhorem e o preço caia já nos próximos dias, quando a safra argentina começa a chegar ao país, barateando novamente o produto. “O custo da safra brasileira é mais caro para o mercado interno e isso acaba sendo repassado aos consumidores, porém com a safra argentina o preço irá se normalizar”, diz Callegário.

A gerente também afirma que os preços de outros temperos não tiveram alteração para os consumidores, havendo opções como coentro, manjericão, salvia, alecrim, cheiro-verde e pimenta-vermelha são as alternativas mais econômicas no momento.



Veículo: Jornal Primeira Página - SP


Veja também

Empresa têxtil de Joinville, Döhler detém uma posição de liderança no país

Representante têxtil investiu recentemente R$ 12,7 milhões em novos tearesEm Joinville fica a Döhler, ...

Veja mais
O preço da decoração de Natal

Criatividade e muita pesquisa são as principais armas para o consumidor não gastar dinheiro em excesso Bo...

Veja mais
Agas projeta boas vendas no Natal e premia destaques do ano

Carrinho Agas foi entregue na noite de ontem aos principais fornecedores do setor supermercadistaAlém de estar ot...

Veja mais
Pesquisa da KPMG aponta lacunas que afetam as mulheres na equidade de gênero

Brasil ocupa 48° lugar, entre 128 países, do ranking 2012 de oportunidades econômicas para o sexo femin...

Veja mais
Ferrovias podem baratear produtos nacionais

Em meio à expectativa da divulgação do edital de licitação do trem de alta velocidade...

Veja mais
Empresa lança café para comer

A fabricante de alimentos SPA inova no mercado ao criar uma nova forma de consumir um produto que é típico...

Veja mais
Venda do queijo minas continua restrita ao estado

Produtores negociam com órgãos federais e estaduais revisão na normativa que libera venda do produt...

Veja mais
Mães querem marcas que ajudem no dia a dia, diz pesquisa

Pesquisa com 6,8 mil mulheres em oito países mostra que os comerciais (para elas) precisam mudarAs mães s&...

Veja mais
Aumento da oferta de café se concentra em seis países

O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo e, a exemplo de outras commodities, pairam dúvida...

Veja mais