Feijão chinês ganha espaço na mesa do brasileiro

Leia em 2min 30s

Consumo no país aumentou, enquanto a produção nacional diminuiu em razão de o agricultor dar prioridade à soja




Com a queda de produção nacional de feijão nos últimos anos devido ao avanço de outras culturas, como a soja, o Brasil amplia as importações do produto. Nesse cenário, a China aumenta em ritmo acelerado a participação no mercado nacional, mesmo no prato mais típico da mesa brasileira.

Enquanto em 2009 os chineses enviaram 11,63 mil toneladas de feijão para o Brasil, só até setembro deste ano o volume de importação, conforme o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, foi de 100,5 mil toneladas do grão. Os argentinos, porém, ainda lideram com 101,3 mil toneladas do produto importado nos primeiros nove meses do ano.

Conforme o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, o preço está entre os fatores que motivaram essa alta nas importações do produto chinês. No ano passado, o valor da saca de 60 quilos vinda da China era de R$ 60, enquanto no Brasil, custava R$ 85. Além disso, a qualidade do grão asiático melhorou nos últimos anos.

– Hoje, os preços pagos pelo feijão chinês chegam a R$ 130 a saca, pois o produto se valorizou em razão da demanda maior por causa da queda da produção, não só no Brasil, mas em todo o mundo, devido à troca do feijão por outras culturas, como soja – diz Brandalizze.

Especialistas avaliam ainda que houve reação no consumo per capita do produto nos últimos anos – em 2005, era 12,8 quilos por habitante e, em 2011, chegou perto dos 18 quilos. Só a produção nacional não será suficiente para atender ao consumo.

– A produção de feijão na última safra ficou abaixo dos 3 milhões de toneladas no país, enquanto o consumo neste ano está estimado em 3,7 milhões de toneladas – afirma o analista da Correpar Corretora e consultor da Câmara Setorial do Feijão, Marcelo Lüders.

Neste ano, o Brasil já importou 233,5 mil toneladas de feijão, ante 207 mil toneladas de 2011. A situação se reflete no preço ao consumidor. Conforme a Fundação Getulio Vargas (FGV), o feijão teve alta de 40,32% nos últimos 12 meses para o consumidor de Porto Alegre.

– Isso se deve à redução de oferta, tanto por causa da diminuição de área plantada quanto pela quebra de safra causada pela seca – destaca o coordenador do escritório regional do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Márcio Mendes Silva.

Para os produtores, o mercado não é tão atraente quanto o da soja, em que há demanda por exportações e pela venda antecipada do grão. Além disso, pouco se avançou em tecnologia na cultura, o que não permitiu grande aumento de produtividade, segundo Dulphe Pinheiro Machado Neto, gerente técnico da Emater:

– Em 1970, foram colhidos 259 mil hectares com produtividade de 943 quilos por hectare. Hoje, mal passamos de mil quilos por hectare.



Veículo: Zero Hora - RS


Veja também

NBS inova em ação sustentável para nova fase da Batavo

A Batavo iniciou nesta semana a veiculação de uma campanha de marketing que está alinhada com o mom...

Veja mais
Philips muda estratégia de olho no novo consumidor

Companhia mantém quatro linhas de eletroportáteis, uma para cada nicho de consumo Na esteira do crescim...

Veja mais
Americanas inaugura mais três unidades em Belo Horizonte

Belo Horizonte recebe esta semana mais três unidades da Lojas Americanas. Serão contemplados os bairros Nov...

Veja mais
Associação questiona eficácia de filtros solares

Avaliação da Proteste aponta que há falhas em produtos à venda no país   Empre...

Veja mais
Panetone muda receita para lucrar

Segmento dominado por grandes empresas ainda reserva oportunidades para pequenos negócios de diversos setores &n...

Veja mais
Propaganda virtual

Menos da metade dos brasileiros que acessam a internet dizem estar dispostos a pagar alguma quantia para poder navegar n...

Veja mais
Demora da Anvisa é a maior em 12 anos, diz setor

A demora da Anvisa para liberar remédios para o mercado em outubro foi a pior em 12 anos, segundo levantamento da...

Veja mais
Associação Gaúcha de Supermercados homenageia personalidades com Troféu Carrinho Agas

  Sussumu Honda, presidente das Abras recebeu o troféu Reconhecimento da entidade ...

Veja mais
Café: produto especial conquista consumidor

Aos poucos, o paladar do consumidor brasileiro se apura e estimula a indústria a comercializar um café de ...

Veja mais