Dados indicam reação da China no 4º trimestre

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As exportações, importações e volume total de financiamentos da China cresceram acima do esperado em dezembro, indicando que a segunda economia do mundo reagiu no fim de 2011, depois de registrar no terceiro trimestre o menor crescimento no período de três anos.

Os embarques registraram alta de 14,1%, bem acima dos 5% previstos por analistas em levantamento da agência de notícias Bloomberg. As importações também surpreenderam, com expansão de 6%, quase o dobro dos 3,5% esperados pelo mercado.

As compras chinesas de minério de ferro, um dos principais itens de exportação do Brasil, cresceram 11% no mês passado, refletindo o aquecimento dos investimentos em projetos de infraestrutura e no setor imobiliário. O produto é matéria-prima do aço, essencial para a construção e para uma série de indústrias, incluindo a automobilística e de eletrodomésticos.

O bom resultado das exportações foi provocado pela alta na demanda dos maiores mercados da China - Estados Unidos e Europa - e foi interpretado por investidores como um sinal de estabilização da economia global.

Os americanos compraram 10,3% a mais dos chineses em dezembro na comparação com igual período de 2011, depois de uma contração de 2,6% em novembro. Os embarques para a Europa aumentaram em 2,3%, no primeiro resultado positivo em sete meses.

Apesar da reação de dezembro, as exportações fecharam o ano com expansão de 7,9%, abaixo da meta de 10% fixada pelo governo e menos da metade da alta de 20,3% obtida em 2011.

A desaceleração no volume de embarques terá impacto negativo sobre o crescimento do país de 2012, que será anunciado na próxima sexta-feira, avaliaram economistas do HSBC. Segundo eles, o menor ritmo das exportações subtraiu 0,4 ponto porcentual do PIB nos primeiros três trimestres do ano passado.

Depois do crescimento de 7,6% no período de julho a setembro, a economia chinesa deve ter reagido e tido expansão de 7,8% nos últimos três meses do ano, apostam os analistas.

Se confirmado, o resultado será suficiente para a ligeira superação da meta de 7,5% estabelecida pelo governo para o ano, que chegou a ser colocada em xeque durante a forte desaceleração registrada em meados de 2012.

Otimismo contido. As previsões para 2013 são moderadamente otimistas. Muitos analistas não acreditam que as exportações chinesas repetirão no futuro próximo a expansão do mês passado.

"O resultado de dezembro dificilmente muda nossa visão de persistentes ventos contrários no setor externo e incertezas à frente", disse relatório da equipe chinesa do HSBC, para a qual os embarques terão alta de um dígito nos próximos trimestres.

A falta de otimismo decorre em parte dos índices de compra de gerentes (PMI, na sigla em inglês) calculados tanto pelo HSBC quanto pelo governo chinês, que apontaram menor ritmo de expansão nos novos pedidos de exportação em dezembro, indicando moderação do indicador no futuro.

Outros economistas colocaram em dúvida a confiabilidade dos dados relativos aos embarques no mês passado, já que o tráfego de contêineres não correspondeu ao forte aumento das vendas divulgado pelo governo.

"Essa anomalia levantou algumas suspeitas de que certas exportações foram infladas para obtenção de vantagens relativas a devoluções de impostos", ressaltou Wang Tao, economista-chefe do UBS na China.


Veículo: O Estado de S.Paulo


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