Papéis da varejista caíram 10% ontem; resultados das vendas no fim do ano ficaram abaixo do esperado
As ações da Lojas Hering caíram ontem mais de 10%, depois que a empresa revelou problemas operacionais que impediram um resultado melhor no quarto trimestre de 2012. A companhia registrou alta de 14,8% nas vendas entre outubro e dezembro, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a receita bruta cresceu 10,7% no período. Nas lojas abertas há mais de um ano, houve queda de 0,2%.
Segundo o presidente da companhia, Fabio Hering, a demanda foi subdimensionada e parte das lojas ficou sem estoque suficiente para vender a poucos dias do Natal. O erro de cálculo gerou custos extras com pagamento de horas extras e logística.
Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da Hering, Frederico de Aguiar Oldani, essas despesas extraordinárias para fazer os produtos chegarem mais rapidamente às lojas tiveram maior impacto no resultado do que a alta do dólar, já que boa parte das peças vendidas na Hering é importada.
Apesar das dificuldades de preparação da empresa, o desempenho da Hering no fim do ano ficou abaixo do projetado por analistas. A equipe do banco BTG projetava alta de 15,5% em receita bruta e vendas mesmas lojas 7% maiores. A própria Hering dizia, no meio do ano, que projetava uma alta de "um dígito" no resultado das lojas abertas há mais de um ano.
"Foi um erro não preparar a cadeia de suprimentos em setembro para atender o crescimento de dezembro", disse Fabio Hering. "Não estávamos preparados para uma reação. Houve no trimestre uma desestocagem da rede e não conseguimos atender à demanda no tempo necessário."
O preço médio dos presentes de Natal comprados na Hering foi de R$ 39, baixo em relação a concorrentes como Renner e Riachuelo. De acordo com a empresa, os preços das peças foram reajustados em 8% para a coleção outono-inverno.
Veículo: O Estado de S.Paulo