Ministro da Agricultura apresenta soluções para a crise do milho em SC

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Preço do milho subiu muito, em 2012, com a quebra de safras em outros países, prejudicando a produção de aves e suínos no Estado em 2012



Para que a produção da agroindústria catarinense não seja freada pelo segundo ano consecutivo por falta de ração, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, aposta na construção de silos para armazenar milho — principal componente da ração de porcos e aves,  cuja produção catarinense é a maior do país — ainda neste semestre. Ele garante, ainda, que as primeiras cargas para abastecer os pequenos produtores devem chegar em março.

Empresários do setor agroindustrial ainda se queixam da falta de milho sofrida em 2012, o que provocou prejuízos para o Estado. Receosos de que a história se repita em 2013, eles pressionam o governo federal. Ribeiro foi claro em explicar a possível saída, a curto prazo:

— Vamos construir silos em SC. Estamos discutindo quantos e se será público ou privado. O que não pode ocorrer é faltar lugar para armazenar o milho. Uma possível saída seria o repasse de verba para um consórcio de produtores ou cooperativas, para que construam mais rapidamente do que se fosse investimento público. Seria possível construir um silo com capacidade de 100 mil toneladas em seis meses — garantiu o ministro.

O valor, que ainda não está definido porque depende da definição de quantas estruturas e a localização em que elas serão erguidas, deve ser custeado pelo governo federal e o Estado. O governador Raimundo Colombo confirmou que o assunto faz parte de conversas constantes com Mendes Ribeiro e que ter um estoque mais próximo auxilia principalmente aos pequenos produtores, carentes de estrutura para comprar no Paraná, onde estão os silos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Adesão a sistema nacional amplia mercado

Enquanto os silos não são construídos, outro passo que está sendo dado é a antecipação da compra do milho. Segundo Mendes Ribeiro, devem ser compradas 3 milhões de toneladas para todo o país, com praticamente todo o volume vindo para SC. Para a venda a balcão — voltada a pequenos produtores — a oferta inicial deve ser de 500 mil toneladas.

— A falta do milho não é só um problema para os produtores do Estado, mas uma ameaça ao nosso modelo econômico. SC vive, basicamente, da agricultura familiar — frisou Colombo.

Ter a ração para suínos e aves será fundamental para que as agroindústrias possam produzir o suficiente para disputar mercado em outros estados, o que será possível a partir da adesão de SC ao sistema nacional de inspeção para produtos de origem animal.

As primeiras seis das 780 empresas que devem receber a nova certificação — em substituição gradual ao modelo em vigor desde 1993 — serão certificadas em março, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura. A assinatura de adesão ao sistema nacional ocorreu quarta-feira, em Florianópolis.

Até então, o produto só podia ser vendido no município de origem ou em SC. Com o acordo, ele poderá ser comercializado em qualquer lugar do Brasil. No Estado, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc) fará a inspeção higiênico-sanitária e tecnológica, conforme as normas do Ministério da Agricultura.

 

Para acompanhar e cobrar

Promessas do Ministério da Agricultura

Em março: Começa a ser liberado o milho para compra dos produtores catarinenses nos silos da Conab, no Paraná. Devem ser ofertadas 3 milhões de toneladas. Outras 500 mil toneladas começarão a ser disponibilizadas para venda a balcão (para pequenos produtores adquirirem, individualmente, até 27 toneladas).

Em junho: O ministério planeja a construção de silo com capacidade de armazenar 100 mil toneladas de grãos em SC. Uma das possibilidades é o financiamento público  para um consórcio de cooperativas, com recursos do Estado e da União. Ainda falta discutir o valor e o local da instalação do silo.



Veículo: Diário Catarinense


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