O otimismo e as boas expectativas são dominantes entre os comerciantes de Belo Horizonte em relação a este ano. Pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) mostra que 81,8% dos empresários do setor estão apostando em realizar vendas melhores ao longo do ano, sobretudo em função da recuperação econômica do país, motivo alegado por 33,1% dos entrevistados para as boas projeções. Mas eles também levaram em conta o desemprego baixo (23,6%), a redução dos juros bancários (18,5%) e as medidas adotadas pelo governo para estimular a indústria e manter o consumo (13,5%).
"Todo início de ano é um período de mais otimismo, mas não é apenas isso o que explica o resultado da pesquisa. Os comerciantes estão se baseando em dados macroeconômicos do país e do Estado", garante Gabriel de Andrade Ivo, economista da Fecomércio Minas. Este ano entra com o prenúncio de uma recuperação econômica, a começar pela realização da Copa das Confederações. Também é aguardado o reflexo da redução da taxa básica de juros, a Selic, que teve início em agosto de 2011, mas que ainda não chegou à economia real, o que começará a acontecer neste ano.
Outro fator relevante, destaca Andrade Ivo, é o otimismo da indústria, que está apostando nas medidas de estímulo do governo, como a redução das tarifas de energia elétrica, a desoneração da folha de pagamento e a manutenção da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns setores. "Quando a indústria cresce, ela puxa outros setores da economia", ressalta o economista.
Favorável - Além disso, lembra, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte, de 3,8%, está abaixo da do país, que alcançou 5,5%. A inadimplência aqui também é mais baixa, de 4,9%, contra 5,5% no Brasil. Tudo isto contribui para as projeções positivas, depois de um ano que também foi bom para o comércio.
De acordo com a pesquisa, 57,5% dos comerciantes venderam mais em 2012 do que em 2011, já 27,9% disseram que as vendas foram iguais, enquanto 14,6% tiveram desempenho mais fraco do que no ano anterior. Dentre aqueles que afirmaram ter aumentado as vendas, quase a metade (47,5%) disse que o crescimento ficou entre 10% a 20%. Já 70,8% daqueles que venderam menos, apresentaram queda também entre 10% a 20%.
Levando-se em conta as datas comemorativas, o resultado de 2012 também foi animador. No Dia dos Pais, 46,9% consideraram as vendas melhores do que as de 2011 e 44,1%, piores. Ou seja, apenas 9% dos entrevistados tiveram desempenho mais fraco.
No Dia das Crianças, 40,7% fecharam mais negócios e 49,1% venderam tanto quanto em 2011. No Natal, principal data do comércio varejista, 56,4% aumentaram as vendas quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Destes, 37,8% afirmaram que o crescimento foi 20% a 50% maior.
Veículo: Diário do Comércio - MG