Comercialização da safra de café ainda segue em ritmo lento

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Produtor mineiro segura estoque para elevar preço.


A desvalorização da saca de café fez com que a comercialização da safra 2012 seguisse em ritmo mais lento que o observado em anos anteriores. De acordo com dados da consultoria Safras & Mercado, em Minas Gerais, até 31 de dezembro, 58% do volume de café produzido haviam sido negociados. O índice é inferior ao registrado em 2011, quando em igual período o comprometimento era de 74% da safra.

Conforme o analista da Safras & Mercado Diogo Metzdorff, diante dos preços mais baixos praticados ao longo de 2012 muitos produtores resolveram segurar a safra à espera de cotações mais elevadas.

Porém, com a crise financeira na Europa e nos Estados Unidos, principais mercados compradores do grão, as indústrias estão buscando apenas o suficiente para atender a demanda, o que manteve os preços abaixo do planejado pelos cafeicultores.

"Ao longo de 2012 a cotação do grão caiu em torno de 30%, o que desagradou o setor produtivo, que vem desde a colheita segurando a produção e colocando no mercado apenas o suficiente para gerar capital e cobrir as despesas", diz Metzdorff.

De acordo com observação do especialista, em dezembro o ritmo mais lento também foi atribuído às festas de fim de ano e ao período de férias, quando normalmente a demanda pelo grão é menor. A tendência é que a partir de fevereiro a comercialização ganhe ritmo.

De acordo com Safras & Mercado, a produção de café em Minas Gerais no ano passado fechou em 28,3 milhões de sacas e, deste total, cerca de 16,5 milhões de sacas já haviam sido comercializadas até 31 de dezembro.


Demanda - A queda na demanda também interferiu nos resultados das exportações. De acordo com informações fornecidas pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), no acumulado de janeiro a dezembro de 2012, frente igual período do ano anterior, a receita bruta gerada pelos embarques do produto recuou 34,05%, ficando em US$ 3,7 bilhões, frente aos US$ 5,8 bilhões faturados anteriormente.

Em relação ao volume, a queda acumulada no período foi de 21,38%, com 953 mil toneladas destinadas às exportações. Na comparação entre dezembro e novembro de 2012, os embarques do café atingiram 100,3 mil toneladas, alta de 4,49%, e faturamento de US$ 353,1 milhões, incremento de 2,6%.

No país, a comercialização da safra de café 2012/13 fechou dezembro com 60% de comprometimento. O ritmo observado no país, assim como em Minas Gerais, também está abaixo do registrado em igual período do ano passado, quando 76% da safra 2011/12 estavam comercializados.

Com isso, já foram comercializadas 33,20 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de Safras & Mercado, de uma safra 2012/13 de café brasileira de 54,9 milhões de sacas.

"A modificação do mercado dependerá principalmente da demanda proveniente da indústria. O que estamos percebendo ao longo das primeiras semanas de janeiro é uma pequena retomada da demanda, o que tem provocado pequenas altas nas cotações do café", avalia o analista de Safras.

Segundo o levantamento da consultoria, na segunda semana de janeiro foi verificada alta de 4% nos preços pagos pela saca de 60 quilos do café e na terceira, variação positiva de 1%. A saca do produto é negociada em torno de R$ 347,78.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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