Eventos mundiais favorecem varejo esportivo

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Empolgadas com a chegada dos eventos mundiais, lojas de artigos esportivos, tanto de nacionalidade brasileira como estrangeira, se preparam para a expansão do volume de vendas e para a inauguração de novas unidades.

É o caso da SPR Indústria, dona das franquias Poderoso Timão, Gigante da Colina, São Paulo Mania e da recém-adquirida Kappa. A marca italiana acabou de chegar ao País atraída pela demanda do mercado no nicho de moda esportiva, setor no qual a rede é uma das líderes na Itália.

"O grupo sabia que não poderia ficar fora do Brasil durante o período entre jogos", disse Pedro Grzywacz , presidente da SPR.

A rede planeja abrir 100 unidades, em 2013, ano da Copa das Confederações, e mais 300 nos próximos cinco anos. Para tal empreendimento foram feitos aportes de R$ 10 milhões.

Para não ficar de fora deste mercado promissor, a Decathlon - pertencente ao grupo francês Oxylane -, planeja a abertura de mais sete lojas este ano: duas na Região Sudeste (São José do Rio Preto-SP e Vila Velha-ES), quatro na Região Sul (Joinville -SC, Florianópolis Ilha-SC, Curitiba-PR e Porto Alegre-RS) e uma na Centro-oeste (Goiânia-GO). Além de já ter 14 unidades em operação, em sua maioria no Estado de São Paulo, a rede também detém presença mundial, com mais de 693 unidades, em 18 países.

Recentemente, a multinacional ampliou as suas operações abrindo um canal no varejo eletrônico (e-commerce). Logo que lançou o site, a empresa comemorou o sucesso na quantidade de acessos. "Já temos milhares de cadastros. O número supera a média de outros países onde abrimos o site de comércio virtual. Aos poucos, vamos distribuir códigos de acesso para atender e satisfazer todos estes esportistas", disse o presidente do grupo, Xavier Paolozzi.

Outra gigante do segmento, a Centauro vendeu 30% de suas ações para o grupo GP Investimentos no final do ano passado. O objetivo era conseguir R$ 450 milhões para abrir mais unidades no Brasil. A rede mantém hoje 232 lojas em atividade.

Com ampliação anual de dois dígitos em termos de abertura de novas unidades, a empresa previa um faturamento de R$ 2 bilhões no fechamento de 2012. A parceria com o grupo de investimentos foi feita justamente para cobrir o plano agressivo de expansão e projetar mais lojas para os próximos anos.

Com a previsão de crescimento de 25% das vendas on-line em 2013, segundo estimativas da consultoria e-bit, especializada em e-commerce, a loja virtual Kanui - também direcionada para o público esportivo - projeta um avanço de 300% do faturamento deste ano.

Por mais que o foco do empreendimento não esteja nos esportes de quadra, como futebol, vôlei e basquete, os mais populares no gosto dos brasileiros, Fabio Módolo, CEO da empresa - que é líder no segmento de esportes radicais e de aventura no Brasil - espera que os eventos esportivos atraiam mais e-consumidores para a loja. "O fato de o Brasil receber os jogos fará com que todo mundo fale sobre praticar esporte. Isso com certeza nos impactará também", explicou.

De olho na clientela ligada aos eventos esportivos, a loja venderá vestuários e calçados com as cores características das seleções do mundo todo, como disse a gerente de produtos da SPR no Brasil, Stela Graciani.

A perspectiva é que o consumo no período aumente não só devido à chegada de turistas, mas também porque a Copa do Mundo e a Olimpíada podem mudar alguns gostos do brasileiro, principalmente, quanto à preferência por artigos esportivos.

Crente destas mudanças na cultura nacional, Andre Giglio, diretor de Expansão do grupo, afirma que a marca vem trazer ao Brasil um novo conceito para o setor. "Nós não somos apenas uma marca de produtos esportivos, mas uma verdadeira grife no assunto", afirmou.

Para ele, a população não veste mais um tênis ou uma camiseta esportiva para praticar futebol, basquete ou vôlei, e sim para sair na rua, ir a festas, se dirigir ao trabalho etc.

O público-alvo da loja é tanto de praticantes como não-praticantes de esporte. "O que importa é ter afinidade com o assunto", afirmou. E o que chama a atenção é que, diferentemente do que ocorria no passado, as mulheres passaram a participar ativamente das compras do segmento. "Hoje, metade das torcidas é composta por mulheres. Elas estão comprando muito", constatou Andre Giglio.

Franquias

O modelo de operação adotado pela empresa para a inauguração dos pontos de venda será tanto o de lojas próprias como o de franquias, sendo este último o preferido pela companhia. "Franquia é um ótimo negócio para o Brasil. O sistema tributário nacional favorece o negócio", disse o executivo, se referindo ao imposto menor pago pelas pequenas empresas de franqueados em relação ao das de grande e médio porte, que tenham o interesse de abrir lojas próprias. "A diferença de impostos pagos chega a 6% sobre o faturamento, valor muito significativo para um negócio."

O local de preferência escolhido para a inauguração das novas lojas é o shopping. Apesar da despesa fixa do aluguel do estabelecimento, as empresas primam pelo maior fluxo de clientes e segurança que tais lugares proporcionam aos lojistas. A Centauro, por exemplo, não tem unidade fora dos shoppings.

Quanto à Kappa, Andre Giglio disse que pretende abrir a maioria das 400 lojas nos grandes centros comerciais, mas não descartou a possibilidade de inaugurar uma ou outra em ruas de bastante movimento de consumidores.

Destaque nos shoppings

Aliás, ao estudar a expansão com lojas nos centros de compras, as empresas analisam dados da Associação Brasileira de Shopping (Alshop), cujo presidente é Nabil Sahyoun. A entidade registrou uma frequência média mensal de 472 milhões de pessoas nos shoppings no Brasil, em 2012. Em 2012, esses centros comerciais faturaram R$ 108,20 bilhões, apresentando, com esse desempenho, uma alta de 10,79% sobre o resultado de 2011.



Veículo: DCI


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