Pressionada por dívidas de R$ 25 milhões com bancos e fornecedores, a tradicional fabricante mineira de balas e chocolates Erlan entrou em processo de recuperação judicial. O pedido foi aceito no dia 15 de janeiro pela 9ª Vara Cível de Uberlândia (MG).
A Erlan fatura em torno de R$ 50 milhões, com a venda de seus produtos no Brasil e em mais de 30 países na América Latina, Europa e África. As balas são os itens mais vendidos.
A companhia, de aproximadamente 400 funcionários, já passou por um corte de postos de trabalho no mês passado. "A empresa está equacionando turnos, para implementar melhor eficiência, com menores custos", diz o advogado da companhia, Aires Vigo. Segundo ele, trata-se de uma dificuldade pontual. "A empresa fez algumas análises e concluiu que teria que usar esse remédio legal".
A empresa passou por mudanças e enfrentou situações difíceis em 2012. Segundo Vigo, a Erlan planejava fazer melhorias na fábrica, mas a empresa responsável pelo projeto não executou o serviço. Na tentativa de se reestruturar, a Erlan contraiu uma dívida com um banco, cujo valor não é divulgado, o que culminou no arresto de produtos como garantia. A retenção de mercadorias prejudicou o caixa no curto prazo, disse Vigo.
A Erlan é uma empresa familiar fundada há 57 anos, em Uberlândia (MG). A presidente é Rosalina Vilela, da segunda geração da família à frente da fabricante. Rosalina comprou a parte da empresa que pertencia aos irmãos e se tornou a maior acionista do negócio. Seus dois filhos também têm ações da empresa e são diretores da Erlan. Um executivo de mercado que comandou a Erlan nos últimos dois a três anos deixou a companhia no fim do ano passado. Um novo executivo foi contratado.
A empresa terá 60 dias para apresentar seu plano de recuperação, que será elaborado pela Exame Auditores, de Ribeirão Preto (SP). Segundo Vigo, a empresa continua operando normalmente e busca reorganizar o seu caixa.
Veículo: Valor Econômico