O principal executivo do Wal-Mart Stores anunciou que os consumidores mudaram seu comportamento a fim de reduzir as despesas em meio à preocupação com os empregos durante a recessão.
Os clientes da maior empresa varejista mundial adquirem mais remédios de "auto-medicação" do que receitados, e aumentam as compras de alimentos congelados e mantimentos para fazer mais refeições em casa, disse H. Lee Scott Jr. no programa de ontem da NBC "Meet the Press."
"Entretanto vemos que nossos clientes têm muita fé que o governo tomará a atitude certa e será bem-sucedido ao lidar com a atual situação", disse Scott. "Porém, o problema n° 1 atualmente é a preocupação com os empregos."
Os americanos, afetados pelo avanço no número de demissões, pela falta de crédito e queda no valor dos imóveis residenciais e das ações, vêm perdendo a confiança e reduzindo as despesas em tudo, de carros e mobília a alimentos e férias. As vendas em declínio levam a mais demissões, assinalando que a queda na economia irá persistir em 2009.
O Wal-Mart é uma das poucas empresas de varejo norte-americano que divulgou maiores vendas comparáveis entre lojas abertas há mais de um ano. Scott atribuiu o crescimento no Wal-Mart ao foco da empresa nas "necessidades diárias da classe média americana".
Outro líder empresarial que se reuniu com Scott no "Meet the Press" foi o principal executivo do Google, Eric Schmidt, que disse que os Estados Unidos precisam começar a ver resultados nos mais de US$ 2 trilhões de empréstimos que o governo está garantindo para as instituições financeiras. "É hora desse dinheiro começar a dar resultado", disse Schmidt. "Sabemos que quando os consumidores americanos têm crédito e dinheiro, gastam. Assim começaremos um ciclo de recuperação, que será rápido."
Scott disse que algumas empresas que fazem compras nas lojas do formato clube de compras do Wal-Mart estão enfrentando o arrocho financeiro. "Em nossos Sam’s Club vemos a pequena empresa, em particular o dono de restaurante, visitando esses estabelecimentos inúmeras vezes por semana já que o fluxo de caixa de ontem lhe permite comprar alimentos para tocar o negócio de amanhã, hoje à noite", explicou.
A ex-principal executiva da Hewlett-Packard, Carly Fiorina, consultora da campanha do candidato republicano à presidência, John McCain, disse que os bancos deveriam ser incitados "a emprestar dinheiro", em particular desde que o governo se comprometeu com centenas de bilhões de dólares na ajuda às instituições financeiras. "O crédito precisa ser liberado ou as pequenas empresas e os consumidores não poderão contratar ou comprar", disse Fiorina no mesmo programa.
Veículo: Gazeta Mercantil