Conar suspendeu 240 campanhas no ano passado

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Peças foram retiradas de circulação após reclamações feitas por consumidores, autoridades e empresas concorrentes.


A publicidade brasileira encerrou 2012 com o maior número de campanhas suspensas em três anos, com direito a brigas e trocas de acusações entre as empresas. No ano passado, foram 240 anúncios sustados, o maior volume desde 2009, quando o Conselho Nacional de Autorregulamentação (Conar) pediu a proibição de 268 peças.

Ao todo, o Conar instaurou 357 processos, número maior que os 325 de 2011, mas menor que os 376 casos analisados em 2010. De acordo com publicitários, as peças passam pelo crivo do Conar após denúncias de consumidores, autoridades e dos concorrentes. O próprio órgão pode abrir processos se julgar a campanha ofensiva.

Assim, dos 357 processos abertos, 177 vieram após queixas dos próprios consumidores. Foi o maior número da história do Conar, que começou o levantamento desde 1997. Até então, o recorde havia sido em 2003, quando foram instaurados 164 processos após queixas dos próprios consumidores.

" o crescimento da consciência entre os consumidores, que estão descobrindo pouco a pouco o seu poder. Além do crescimento da publicidade, mais pessoas, com o avanço da economia, participam desse processo", diz o publicitário Armando Strozenberg, presidente da Terceira Câmara de tica do Conar e chairman da agência Havas Worldwide Brasil.

E, mais uma vez, o setor de telecomunicações liderou as campanhas polêmicas, com 17,4% do total dos processos abertos em 2012. Na vice-liderança, aparece o grupo "medicamentos, outros produtos e serviços para saúde", com 13,4%. Em terceiro está "moda, lojas e varejo", com 14,3%, seguido de bebidas alcoólicas (com 11,2%) e "alimentos, sucos e refrigerantes" (9,2%).

"São serviços muito próximos do dia a dia. Não é só vender muito, mas vender bem. E vender bem passa a ser mais importante do que vender muito", observa Strozenberg.


Telefonia - No segmento de telefonia, a briga é geral. A Oi, por exemplo, entrou com recurso após a GVT iniciar campanha intitulada "Você no futuro, hoje" alegando que as informações prestadas não podiam ser comprovadas, como "locadora completa", "ligações até de graça" e a qualidade do serviço de atendimento ao consumidor. O Conar, ao analisar o caso, pediu a sustação da peça e sua alteração.

A Net também questionou uma campanha relativa à promoção de férias da GVT, alegando que faltavam informações sobre os preços. O Conar, ao pedir a alteração da peça, disse que "o lettering contém mais de 120 palavras e é exposto por quatro segundos".

Mas os consumidores também estão atentos. Eles reclamaram de uma campanha da Claro, com o ex-jogador Ronaldo, que fala sobre o "Claro fixo". Eles alegaram que o filme não informa que os preços da linha fixa só são válidos se o usuário tiver a TV por assinatura. Ao analisar, o Conar decidiu advertir a Claro e pedir a alteração da campanha.

A TIM também foi alvo dos consumidores, que disseram ser mentira a informação de que a operadora permite acesso ilimitado e de qualidade à internet na campanha "Infinity pré - Sem pegadinha". A Claro também abriu um processo contra a TIM. A Vivo ainda questionou o fato de a italiana ter dito que detém a "maior comunidade pré do Brasil". O Conar pediu a alteração da campanha e fez uma advertência à companhia.

Em outra peça, a Vivo ainda reclamou de campanha da TIM intitulada "Fale mais e pague menos". A Vivo disse que a empresa anuncia o preço por dia, mas é preciso fazer o pagamento mensal. O Conar acolheu os argumentos e pediu a alteração da campanha. Em outro caso, foi a TIM que partiu para o ataque e questionou a campanha da Oi que falava sobre um ôcartão ilimitadoõ. Usou o mesmo argumento da Vivo contra a Oi e conseguiu a alteração da campanha.

No caso de uma campanha da Sky, com Bernardinho e o lutador Vitor Belfort, os consumidores ainda reclamaram que o técnico de vôlei chamava um garoto de "zoio" por usar óculos. Alegaram bullying, e o Conar decidiu por uma alteração.

"O setor de telecom vive de promoções. E as campanhas são essenciais para isso. Não há espaço para falar sobre todos pontos de uma promoção. Por isso, a disputa é pesada entre as empresas", diz um executivo de uma das teles.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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