Eventos esportivos aceleram setor de licenças no Brasil

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A chegada dos eventos esportivos promete acelerar o segmento de produtos licenciados no Brasil nos próximos tempos. Neste ano, o setor prevê incremento de 5% ante 2012, quando movimentou R$ 7,5 bilhões. Agora, com o calendário de eventos que começará a ser reforçado pelos jogos, a expectativa é alavancar as vendas direcionadas ao público adulto com marcas da Copa das Confederações, da Copa do Mundo e da Olimpíada somadas à dos clubes de futebol que atuam no País.

Pouco representativo no faturamento do setor, se comparado ao público infantil, o consumidor mais velho é o novo alvo das empresas do ramo. "Qualquer empresa que queira aparecer, hoje, estampa a marca da Copa. O Brasil está em evidência com a vinda dos Jogos, além de ser o País do futebol. Isso é muito oportuno para o nosso grupo e vai ser uma tendência para os próximos anos", disse a presidente da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), Marici Ferreira.

Bolas, camisetas, brinquedos, canecas, mochilas, cadernos, suvenires, e todo tipo de material que possa ser comercializado com o logotipo da Federação Internacional de Futebol (Fifa), responsável pela organização dos eventos, devem ampliar o movimento das lojas. Segundo apontou a executiva, isso deve ocorrer tanto no período que antecede os jogos, como durante sua realização.

O movimento esportivo também envolve o consumidor infantil, tanto que a varejista de brinquedos Ri Happy passa a comercializar o boneco Fuleco, mascote oficial do evento da Fifa, em todas as lojas da rede. "O Fuleco já está acendendo o espírito da Copa nos pequenos torcedores. O boneco já caiu nas graças das crianças e a expectativa de vendas é muito boa", disse o diretor de marketing do grupo, Mário Honorato.

O direito de licenciamento dos jogos promovidos pela Fifa foi cedido à Globo Marcas, responsável pela área de licenciamentos da TV Globo, a maior emissora do País. Para Marici, a concessão foi tardia devido à inúmeros processos administrativos determinados pela entidade internacional. "A Fifa demorou muito para decidir quem seria o seu licenciador oficial", questionou.

Se as negociações tivessem sido mais rápidas, a população brasileira já estaria tendo acesso às mercadorias da Copa das Confederações, que começa daqui a dois meses aproximadamente, segundo opinião da presidente.

Além da utilização da marca Fifa, varejistas podem conseguir margem vinculando seus produtos a personalidades do mundo do esporte, que tendem a estar em alta na mídia na época dos eventos. Quanto aos Jogos Olímpicos que acontecerão em 2016, a história é um pouco diferente da realidade das Copas. O comitê organizador do espetáculo já começou a fechar parcerias com os patrocinadores para a fabricação de mercadorias que levarão o logo do megaevento.

Segundo previsões de mercado, o comitê organizador deve movimentar R$ 1 bilhão com a venda de produtos oficiais. Em relação aos clubes de futebol, embora a maioria deles já esteja no mercado de licenciamento há algum tempo, Marici considerou que as empresas ainda não veem o segmento como uma importante fonte de renda para os times - cenário que deve mudar nos próximos anos.

A presidente da Abral tomou como exemplo o Barcelona, que realiza um trabalho de licenciamento muito qualificado, e é considerado hoje um dos clubes mais populares do mundo.

Outro caso é o Corinthians, que, por conta das últimas conquistas, já vê a sua marca disseminada em pontos de venda do mundo inteiro, ainda mais porque uma grande parcela de brasileiros mora fora do País.

Retrato do setor

Confiante quanto à previsão de alta de 5% para o setor ao longo deste ano, a executiva pede mais profissionalização no ramo, que movimentou R$ 7,5 bilhões, em 2012. Apesar disso, o montante é pouco expressivo quando levado em conta o faturamento do mesmo segmento nos Estados Unidos: US$ 100 bilhões.

Na opinião da especialista, falta informação por parte das empresas brasileiras a respeito da tamanha valorização e diferenciação que o licenciamento confere aos produtos. Grandes empresas do varejo de diversos segmentos, como Marisa, C&A, Pernambucanas, Pão de Açúcar, e Walmart, entre muitas outras, trabalham com a venda de produtos licenciados há tempos, e têm resultados. "É uma ferramenta muito forte para as redes se diferenciarem. Como o mercado hoje está altamente competitivo, cresce a demanda por esse tipo de diferencial", avaliou o vice-presidente da Abral, David Diesendruck.

As crianças ainda são os consumidores majoritários do segmento, pois têm uma tendência mais forte do que os adultos de adquirirem produtos, cujo logo remeta a algum desenho animado, quadrinho ou filmes infantis. "A mídia tem uma força tamanha que acaba alavancando a marca", concluiu Marici Ferreira.




Veículo: DCI


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