Laboratório da Whirlpool em Joinville conta com a participação de usuários para desenvolver e qualificar produtos

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Laboratório de uso e experiência é uma cozinha completa, onde todos os equipamentos são testados


A unidade joinvilense da multinacional Whirlpool é referência mundial na produção de refrigeradores – é a maior fábrica do eletrodoméstico do mundo – e também é destaque pelo desenvolvimento do produto. Além da tecnologia e mão de obra da linha de montagem, outro item é essencial para que a empresa chegue ao modelo ideal que será vendido em todo Brasil e até em outros países: um laboratório de uso e experiência. É uma cozinha completa, com produtos de várias linhas diferentes, onde todos os equipamentos são testados.

O ambiente é inspirado em uma espécie de Big Brother Brasil. Por trás de vidros em todas as paredes do cômodo, engenheiros e designers observam a forma como os consumidores e funcionários usam os produtos. Com base na análise, os profissionais desenvolvem as soluções que se encaixam nas necessidades do cliente.

— O brasileiro tem uma relação muito forte com a cozinha. É o lugar onde as pessoas costumam se reunir, interagir. É muito mais forte do que em qualquer outro país —, argumenta Júnior Bittencourt, líder de experiência do usuário da multinacional norte-americana.

— Convidamos grupos de perfis bastante diversificados. Até para entender como cada tipo de pessoa prefere usar os eletrodomésticos —, acrescenta Bittencourt.

A observação do comportamento dos consumidores é peça-chave para desenvolver as várias linhas de eletrodomésticos da companhia. A identidade dos consumidores que participam das visitas ao laboratório não pode ser revelada. Eles são encontrados por institutos parceiros que saem em busca de pessoas com os perfis específicos para realizar cada teste.

— Outra ação que a gente sente que dá resultado é incentivar os próprios engenheiros e designers, responsáveis por criar estes eletrodomésticos, a usarem os produtos —, explica o líder de experiência do usuário.

Foi fuçando no painel digital da geladeira lançamento da Whirlpool que o designer de interação Jorge Gomes testou a ferramenta que ele ajudou a elaborar.

— A prática é muito diferente do projeto. A gente sabe que, na teoria, as coisas funcionam. Mas é mexendo no produto final que é possível aperfeiçoar os detalhes, deixá-lo o mais simples possível para o usuário —, conta Jorge.

— Vivenciar o ambiente, os produtos, ajuda muito no trabalho de desenvolvimento do produto. Às vezes, uma coisa simples, como um botão, pode deixar o manuseio mais fácil. E isso a gente só percebe praticando —, diz a designer de produto Roberta Cavalcanti.

Imitação da vida real

A ideia principal do laboratório de uso e experiência é fazer com que os usuários realizem na cozinha-laboratório da Whirlpool exatamente as coisas que fazem em casa.

— Em dia de visita, por exemplo, as geladeiras estão todas abastecidas para que os usuários possam usar a cozinha de verdade. Até o ato de ir às compras é colocado em prática. Serve para que a gente observe a necessidade de espaço que as pessoas precisam para acomodar tudo na geladeira —, explica o líder de experiência do usuário Junior Bittencourt.

Um caso clássico sempre usado pelos profi ssionais da Whirlpool para exemplificar a utilidade da sala é a história do manual para instalar os pés do fogão. A empresa recebia reclamações quanto à difi culdade em encaixar as peças. Mas os profissionais não entendiam como isso era possível, pois o papel trazia as informações detalhadas.

Convidaram uma usuária e colocaram, no meio da cozinha, um fogão embalado.

— Quando ela abriu tudo, foi direto tentar encaixar os pés. Nem olhou o manual que estava dentro do forno. Ficou um tempão tentando encaixar e a gente atrás do vidro querendo gritar: ‘pega o manual, o manual!' —, lembra Bittencourt. Resultado: depois que a cliente achou o manual, instalou os pés em menos de cinco minutos.

A partir da experiência, os funcionários decidiram criar uma maneira para que o papel aparecesse na frente do usuário assim que a porta do forno se abrisse.

— Nunca mais tivemos reclamações —, comenta Júnior.



Veículo: Diário Catarinense


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