Frutas regionais têm preços mais altos

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NO “INVERNO” Vendedores dizem que período com muitas chuvas prejudica a safra



O inverno no Pará traz consigo as mais tradicionais frutas da região. Cupuaçu, bacuri e pupunha tomam conta das feiras de Belém e da mesa dos consumidores nesta época do ano. Entretanto, em 2013, os feirantes observam que o volume de frutas trazidas pelos produtores está bem abaixo do normal, o que acabou encarecendo muitos destes frutos.

Adquirir os frutos para despolpar, ou comprar a polpa da fruta já retirada são alternativas para que estes sabores façam parte do cardápio das famílias paraenses o ano inteiro e sem ônus adicional. A universitária Aline Martins, de 24 anos, declara que é “louca por pupunha”. Todos os anos, ela aguarda ansiosa pelo início da safra. “Eu sei que primeiro chega a chuva, algumas semanas depois, chega a pupunha da boa! Ainda não consegui uma técnica infalível para escolher as melhores, pois hoje em dia, tem feirante que já falsifica até a tradicional bicada do passarinho com prego”, comentou. Ela acredita que o preço do fruto já deveria ter baixado. “A crua ainda está muito cara e a qualidade não está como deveria”, disse.

Os feirantes do Mercado do Ver-o-Peso justificam o valor elevado da pupunha. “Chegou pouca pupunha este ano. Essa época nós já estaríamos vendendo o quilo por cerca de R$ 3, mas o preço médio hoje está em R$ 10”, disse a feirante Mônica da Silva, que há 18 anos vende frutas no centro. O verão rigoroso do ano passado é outro motivo colocado por ela. As queimadas teriam prejudicado a floração das pupunheiras e ocasionado a escassez. O cupuaçu, o bacuri, o tucumã, a graviola e o uxi também são destaques da estação. O bacuri, em especial, é encontrado em abundância, porém, o preço ainda não é dos mais atrativos. A unidade é vendida por R$ 1, enquanto o pacote com sete frutos pode ser encontrado a R$ 5.

Apesar de serem frutas típicas do inverno, as chuvas podem ser um dos motivos para as safras não atingirem a produção esperada. “Quando tem muita chuva, a colheita e o transporte ficam comprometidos. Acredito que isso também afete a chegada dos frutos ao consumidor”, justificou o feirante Nizonete Dias, conhecido no Ver-o-Peso como “Bith”. Apesar dos contratempos, os feirantes acreditam que algumas das frutas ainda possam apresentar uma baixa nos preços. “A pupunha talvez não, mas o cupuaçu e o uxi com certeza ainda vão baratear”, avisou Mônica.

Para aproveitar os valores mais em conta e a grande oferta dos frutos, o despolpamento é uma boa saída e pode ser feito com quase todos os tipos de frutos. “Basta separar a polpa logo, enquanto a fruta ainda está nova, para ter um produto de melhor qualidade. Então, é só separar as porções e congelar”, explicou Bith. A separação em partes menores serve para que a polpa não passe por vários descongelamentos, o que pode fazer com que toda a produção se estrague. Guardar estes frutos inteiros na geladeira também não é aconselhável. “Eles duram no máximo quatro dias. Às vezes as pessoas armazenam na geladeira e acham que, como as demais frutas, eles durarão mais. Porém, vão estragar do mesmo jeito” aconselhou o feirante.


Veículo: O Liberal - PA


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