Setor, que também engloba perfumaria e cosméticos, deve crescer 8,6% .
Mesmo com a desaceleração da economia no segundo semestre do ano, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) estima que o faturamento do setor em 2008 chegue a R$ 21,2 bilhões e registre um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior. No acumulado de janeiro a agosto, a indústria teve alta de 8,3%, atingindo R$ 13 bilhões.
"Crescemos em menor escala, mas ainda assim, acima da média de outras indústrias", afirma o presidente da Abihpec, João Carlos Basilio. Segundo ele, uma das principais razões para o crescimento menos acentuado que anos anteriores - que, desde 1996, oscilou em cerca de 11% - foi a implantação da substituição tributária, em especial no Estado de São Paulo. Essa medida causou também a queda do índice de geração de novos empregos, que sempre esteve acima dos 8%, para cerca de 3%.
Desde o início do ano, a indústria do setor é responsável pelo recolhimento integral de todos os impostos estaduais, o que revelou de forma ainda mais gritante a carga tributária extremamente alta suportada pelos produtos deáhigiene pessoal, perfumaria e cosméticos.
"Enquanto a indústria reduziu seu crescimento, refletindo em menos emprego e menor desenvolvimento, a Secretaria da Fazenda aumentou sua arrecadação no setor de HPPC em 211,7% no primeiro semestre do ano", explica Basilio. Considerando apenas o mês de agosto, o crescimento foi de 299% em relação ao mesmo período de 2008.
Em vista do aumento da arrecadação, a Abihpec está pleiteando a diminuição do ICMS de produtos como perfumes, hidratantes, condicionadores, maquiagens e tinturas, entre outros, de 25% para 18%. "Essa redução já havia sido acertada com o governo quando a substituição tributária estava em discussão. Agora esperamos que ela entre em vigor", completa.
A boa notícia fica por conta do balanço de exportações e importações. Segundo balanço apresentado pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), atualmente, o setor de HPPC é o único do complexo químico (que inclui as indústrias de produtos de limpeza, farmacêuticos, tintas e fertilizantes, entre outros) a apresentar superávit em sua balança comercial. Estima-se que o setor encerre o ano com exportações no valor de US$ 650 milhões versus US$ 450 em importações, resultando em uma balança comercial positiva de US$ 200 milhões.
Veículo: Diário do Comércio - MG