Indústria têxtil atingiu faturamento de R$ 33 mi neste ano, volume 3% superior ao registrado em 2007 .
Os desdobramentos da crise financeira internacional não afetaram negativamente os negócios da Cia Fabril Mascarenhas, sediada em Belo Horizonte e com unidade produtiva em Alvinópolis (região Central do Estado). Pelo contrário. A escalada da moeda norte-americana, que registrou valorização de 44,6% sobre o real de 1º de setembro até anteontem, irá beneficiar a competitividade da empresa em 2009.
Para este ano, o diretor da Cia Fabril Mascarenhas, José Henrique Mascarenhas, afirmou que a empresa atingiu faturamento de R$ 33 milhões, volume 3% superior ao registrado em 2007.
Com a alteração na conjuntura econômica, a empresa irá retomar as exportações para o Mercosul no próximo ano, interrompidas em decorrência da baixa do dólar no passado. "A sobrevalorização do real frente ao dólar fez com que o preço final do nosso produto fosse muito superior ao praticado lá fora. Embarcar mercadoria tornou-se inviável e nós tivemos que cancelar as operações", afirmou Mascarenhas.
A valorização do dólar também será favorável para inibir o desembarque de produtos estrangeiros no Brasil, fator que aumentará a competitividade interna do setor têxtil, conforme disse o dirigente. De acordo com ele, nos últimos anos a concorrência com as mercadorias importadas foi um dos principais entraves do segmento.
Taxas - Outro ponto citado por Mascarenhas como barreira ao setor foi a alta carga tributária cobrada no Brasil. "Na década de 80, os impostos representavam entre 18% e 19% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, a carga tributária chega a 39%", observou.
Mascarenhas afirmou que o crescimento contínuo da carga foi um dos motivos responsáveis para que a empresa concentrasse todas as unidades fabris em Alvinópolis. De acordo com ele, de 1887, quando foi inaugurada, a 1997, a Fabril Mascarenhas manteve produção em Alvinópolis, Araçaí (região Central) e Belo Horizonte.
Na época, a empresa tinha 530 teares a lançadeira, 65 filatórios de anel e 1,3 mil empregados. Após elaboração de um plano estratégico para manter a produção em 1,4 milhão de metros lineares de tecido (que permanece até hoje) houve redução de maquinário e pessoal. Hoje, são 500 funcionários, 8 filatórios e 70 teares a jato de ar.
"A empresa passou por maus momentos, de crises econômicas nacionais a um incêndio que destruiu toda a fábrica, em 1939, ano em que as operações foram suspensas. Todas foram superadas com sucesso", disse o dirigente, que é bisneto dos fundadores.
Atualmente, a Fabril Mascarenhas está instalada em uma área de 25 mil metros quadrados. Os principais produtos da companhia são cretones para roupas de cama, popelines para vestuário adulto e infantil, tecido para decoração, cama, mesa e fraldas.
Veículo: Diário do Comércio - MG