Meias: pólo acuado pelo dólar

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Custo da produção cresce nas indústrias de Juiz de Fora e pode acarretar em demissões.


 
A valorização do dólar frente ao real, que já onera os custos de produção dos negócios do pólo de meias de Juiz de Fora (Zona da Mata) - segundo maior produtor do Brasil, atrás apenas de São Paulo - pode comprometer os empregos e o nível de produção em 2009. O pólo, que possui 50 empresas, gera 5 mil empregos diretos e produz 600 mil dúzias de meias por mês.

 

De acordo o presidente do Sindicato das Indústrias de Meias de Juiz de Fora (Sindimeias-JF), Antônio Simão, os negócios estavam crescendo até meados de setembro. Mas, com os reflexos da crise sobre a demanda e a elevação da cotação do dólar, as empresas já sentem os impactos e começam a se preocupar com o que pode acontecer em 2009.

 

Apesar disso, a expectativa para este ano é crescer 5% frente o desempenho de 2007. O resultado deve ser garantido pelo bom desempenho de vendas no primeiro semestre.

 

Simão disse que, mesmo com o bom resultado deste ano, os indicativos de que a crise vai trazer prejuízos são grandes. "Boa parte da matéria-prima utilizada é importada. Além disso, as empresas estavam investindo em ampliações e aquisições de equipamentos, também importados. A dívida em dólar será bem maior assim como os custos de produção", avaliou.

 

Simão disse que os contratos já firmados com clientes impediram os repasses dos custos, o que deve ocorrer no começo do ano que vem. "As estimativas para 2009 não são positivas. Além da redução da demanda ainda haverá aumento dos preços. O que se pode fazer é adiar qualquer tipo de compra de equipamento e reduzir a produção", explicou.

 

De acordo com o presidente do Sindimeias-JF, o preço das matérias-primas chegou a subir 30% e as projeções não são animadoras. "Especialistas apostam na continuação da escalada do dólar, o que não é nada animador para o nosso segmento", completou.

 

Demanda - O proprietário da Malharia Rikam, localizada em Juiz de Fora, Sâmar Garcia Salles, disse que os reflexos da crise vão impactar de forma negativa nos negócios deste ano. A empresa que atua produzindo meias sociais, esportivas e infantis há 42 anos, deve ter queda de 10% no faturamento deste ano. A expectativa inicial era ter desempenho 10% superior ao registrado em 2007.

 

Salles informou que a redução na demanda e a ampliação dos custos com matéria-prima importada devem afetar os números deste ano. De acordo com ele, até mesmo encomendas feitas anteriormente foram canceladas e alguns pedidos adiados. "A expectativa é que os negócios melhorem no começo do ano que vem porque pouca gente consumiu neste fim de ano.

 

A empresa, que possui 150 funcionários e produz 1,5 mil dúzias de meias por dia, passou por ampliação das instalações e melhorias na produção, iniciadas em 2006 e concluídas neste ano. Mas o dirigente reclama da falta de incentivos do governo ao setor. "Tivemos muita dificuldades de conseguir financiar o projeto. Há muitas restrições e pouco incentivo. Depois de algum tempo conseguimos crédito no BNDES", explicou.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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