Segundo dados antecipados à Folha, foram vendidos 16 milhões de aparelhos em 2012, alta de 78% sobre 2011
Previsão é que smartphones superem 40% dos telefones móveis neste ano; no total, vendas caíram
Cada vez mais baratos, os smartphones experimentaram novo salto de vendas no Brasil em 2012 e caminham para representar metade dos aparelhos celulares comercializados no país neste ano.
Segundo dados da consultoria IDC antecipados à Folha, foram vendidos 16 milhões desses aparelhos no ano passado, uma expansão de 78% em relação a 2011.
Com isso, os smartphones passaram a responder por 27% das vendas de celulares no Brasil -em 2011, a participação foi de 11%.
Os principais motivos para o crescimento, afirmam especialistas, são o aumento do número de modelos disponíveis no mercado, graças ao foco das fabricantes neste mercado, além da queda do preço médio do aparelho.
No ano passado, o valor médio pago por um smartphone no Brasil foi de US$ 380, 19% menor que em 2011. Há dois anos, o aparelho custava US$ 558.
"Já existem mais de 160 modelos diferentes no país, muitos com preços acessíveis à população de menor renda, de até R$ 350", diz Leonardo Munin, analista da IDC.
A consultoria estima um avanço de 80% nas vendas neste ano, para cerca de 29 milhões de unidades, ou 44% do total de celulares.
Esse percentual pode ser ainda maior dependendo da regulamentação da lei que incluiu os smartphones na Lei do Bem, que concede isenção fiscal para os aparelhos.
A medida foi aprovada em setembro passado mas aguardo um decreto que definirá o preço máximo para que o aparelho receba o benefício.
Neste momento, o projeto está parado na Casa Civil, à espera de um parecer do Ministério da Fazenda. Dependendo da abrangência da isenção, estima-se que a Lei do Bem possa reduzir os preços em 10%.
Os modelos com preço acima de R$ 1.000, que em 2010 representavam 40% do volume de vendas no país, hoje responde por apenas 22%.
A operadora Oi tem reforçado a oferta dos aparelhos inteligentes em suas lojas. Segundo Bernardo Weisz, diretor da Oi, até o final do ano, metade da portfólio da companhia será de smartphones.
"Estamos respondendo à expectativa de nossos consumidores com uma oferta agressiva", diz. "É um crescimento verificado em todas as classes sociais, inclusive entre os usuários de pré-pagos."
O mercado de celulares como um todo teve queda no ano passado, de 11% em unidades e 3% em valor.
O encolhimento se deve à redução das vendas dos modelos tradicionais (feature phones), de 25%.
"Há um movimento de migração para os smartphones, reflexo do barateamento do produto e da educação do consumidor, que está mais exigente", diz Ivair Rodrigues, da IT Data. Segundo ele, essa substituição deve pautar daqui pra frente o mercado no país, já maduro.
Veículo: Folha de S.Paulo