Os produtores gaúchos não estão colhendo a maior safra da história, mas certamente estão tendo a melhor renda já obtida pelo setor. Apesar do período de safra, a saca de arroz continua R$ 9 acima de igual período anterior.
Claudio Pereira, presidente do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), diz que o setor está arrumado e os preços são bons.
Ele destaca que, no ano passado, a saca de arroz chegou a ser negociada a R$ 42, após ter atingido período de apenas R$ 24 no ano.
O problema, segundo ele, é que pelo menos 70% das vendas foram feitas com valores inferiores ao pico.
Mesmo assim, grande parte do produtores está capitalizada e os preços não devem sofrer uma queda sensível no pós colheita deste ano.
Pereira diz que o plantio de 282 mil hectares com soja em terras planas de arroz estão dando um suporte financeiro para os produtores, devido à liquidez da oleaginosa.
O presidente do Irga acredita que o mercado deverá continuar enxuto neste ano. Em recente reunião entre 20 empresas gaúchas e representantes de 47 países, já foram acertados alguns contratos de exportação, o que tem ajudado a garantir os preços internos.
As exportações deste ano deverão ficar entre 1 milhão e 1,2 milhão de toneladas, acredita Pereira. O volume fica abaixo do de 2012, quando 1,5 milhão de toneladas saiu pelas fronteiras brasileiras, mas é bom, diz ele.
Entre os principais importadores brasileiros estão Benin, Cuba, Venezuela e Nigéria. Este último é o mais importante.
O mercado externo também está aquecido e a gigante China, que determina preços mundiais da soja e, mais recentemente, começou a comprar milho em maiores quantidades, também deverá importar 4 milhões de toneladas de arroz.
A safra de arroz que está sendo colhida no Rio Grande do Sul deverá somar 7,8 milhões de toneladas A área semeada foi de 1,04 milhão de hectares e a produtividade média vem sendo de 7.400 quilos por hectare nos 14% de área já colhida.
Diante do quadro atual, principalmente pelos preços atuais acima da média em plena safra, Pereira diz que as perspectivas são boas para o setor de arroz.
Veículo: Folha de S.Paulo