A melhoria do padrão de vida médio da população brasileira nos últimos anos tem impulsionado os negócios dedicados à beleza e ao bem-estar e, junto com eles, cresce também a demanda por qualificação e treinamento profissional para o setor. Esse interesse pode ser sentido pelos números do setor de franquias. Em 2012, o segmento de educação e treinamento faturou R$ 6,5 bilhões, com crescimento de 10,2% em relação a 2011, e o segmento Esporte, Saúde, Beleza e Lazer, com R$ 17,9 bilhões, cresceu 21,4% no mesmo período.
Atenta à necessidade desse mercado e também à otimização do uso dos seus produtos, o Grupo L’Oréal, uma das maiores empresas de cosméticos do mundo, criou, no Brasil, em 2010, no Instituto L’Oréal Professionnel (Instituto LP). E até o fim do primeiro semestre deste ano, será inaugurada a primeira unidade do instituto em Belo Horizonte, no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul da Capital.
Segundo o diretor do Instituto LP, Richard Klevenhusen, a necessidade de capacitação dos profissionais de beleza no país foi o principal motivo para que o projeto fosse brasileiro. "Nos Estados Unidos é exigida uma formação específica e uma licença para que as pessoas possam atuar no setor. Já no Brasil essa é uma atividade que passa informalmente pelas gerações. O crescimento do mercado nos impõe, agora, a profissionalização até para que os procedimentos sejam feitos de maneira correta e segura para clientes e profissionais e os produtos utilizados na sua melhor performance", explica Klevenhusen.
A primeira unidade do instituto foi aberta em São Paulo em 2011. A segunda, já pelo modelo de franquias, foi inaugurada no Rio de Janeiro. Belo Horizonte é a terceira cidade. Já estão em fase de implantação uma segunda em São Paulo e também a primeira em Curitiba. "O forte da franquia é o controle, por isso, estamos estudando com muito rigor a abertura de cada unidade. Não existe pressa para a expansão, esse é um projeto nascido no Brasil com perspectivas de ser ampliado para outros países. Nosso primeiro foco está nas capitais, para quase todas, apenas uma unidade por cidade", afirma o diretor. África do Sul, países da América Latina e do Meio Oriente são os que têm maior chance de receber a primeira unidade fora do Brasil.
A formação básica técnica de cabeleireiro tem duração de 390 horas, que pode ser feita em módulo intensivo, com duração de oito meses, ou extensivo, totalizando 16 meses. Os alunos interessados devem fazer a pré-inscrição pelo site http://institutolp.com.br. O curso é dividido em aulas teóricas e práticas em cabeça de boneca, na primeira fase. Depois os alunos passam a trabalhar com modelos.
Prática - Depois de avaliados e aprovados passam para o salão-escola, onde ganham prática e segurança. Os cursos de especialização, para profissionais já em atuação, deverão ser ofertados já no segundo semestre.
Os instrutores que irão trabalhar em Belo Horizonte foram recrutados no mercado e receberam treinamento intensivo por dois meses. Ainda de acordo com o executivo, quase a totalidade dos alunos formados nas unidades paulista e carioca estão empregados. A meta em Belo Horizonte é formar 500 profissionais por ano.
Para ser um franqueado, Klevenhusen destaca que é preciso um perfil de educador. "Buscamos um empreendedor que goste de educação, que não veja o negócio só pela questão financeira. Somos, de alguma forma, uma ponte entre os jovens que buscam um emprego e quem precisa de um profissional capaz de incrementar seu negócio. Isso tem um valor social muito grande. Quando vamos à formatura, que os próprios alunos organizam, vemos a emoção que estão sentindo. Isso me deixa arrepiado", aponta.
Veículo: Diário do Comércio - MG