Produtos tomam conta das lojas, mas consumidor escolheu esperar
Faltando menos de duas semanas para a Páscoa, os tradicionais ovos de chocolate tomam conta dos supermercados e das lojas de variedades na Região Metropolitana de Belém (RMB). A oferta, no entanto, é desproporcional à demanda - pelo menos neste período do mês -, já que a saída dos produtos ainda não alcançou os patama res esperados pelos lojistas, ou seja, boa parte dos consumidores deve deixar a compra dos produtos de Páscoa para a última hora.
O alto preço das guloseimas é uma das justificativas adotada pela clientela que posterga a compra, já que o produto está cerca de 10% ma is ca ro este a no, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamentos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). Alguns consumidores pre- ferem aguardar possíveis promoções, que podem ocorrer às vésperas da Semana Santa. “Houve uma ligeira me lhora na procura pelos cho- colates da Páscoa neste fi- nal de semana, entretanto, percebemos que a deman- da ainda é tímida. Creio que o consumidor esteja aguardando as promoções advindas da indústria, que às vezes ocorre, sobretudo quando a Semana Santa se aproxima”, explica o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), José Oliveira.
Oliveira destaca ainda que deixar para última hora pode implicar em pouca opção de escolha. “Esta semana, ainda temos uma grande variedade de marcas, preços e tamanhos. À medida que o tempo vai passando, é natural que essas opções se reduzam”, completa. De acordo com Oliveira, a variação nos preços praticados pela in- dústria de chocolates no Brasil chegou à casa dos 8% nesta Páscoa, se compara- da a igual período do ano passado. “Este percentual (de reajuste) corresponde à inflação do período, que foi de quase 7%”, acrescenta.
Mesmo com o fraco movimento na demanda por chocolates, o presidente da Aspas diz acreditar que as vendas do produto devem crescer de 10% a 15% este ano, ante a igual intervalo do ano passado. “Esta é uma expansão que se observa há anos, e que não deve mu- dar nesta Páscoa. É sempre assim, a procura começa tímida, mas depois vai se intensificando”, avalia. Não à toa, Oliveira ressalta que o período gera, cada vez mais, novos postos de trabalho de dez a quinze promotoras de vendas, que são contrata- das diretamente pela fábrica. Há alguns anos, este contingente não chegava a oito temporárias”, frisa. Uma das contratadas foi Lucilene Barros, de 22 anos, que estava desempregada há um ano. “Foi uma boa oportunidade para conseguir levantar recursos, já que eu estava desempre- gada há muito tempo. Pena que o trabalho só dura dois meses”, pontua. Ela destaca que o movi- mento deve se intensificar esta semana.
CONSUMO
A pesquisa de preços já virou um novo hábito do consumidor médio brasileiro, segundo apontam os especialistas em econo- mia, e também justifica o baixo tíquete médio dos ovos de Páscoa. O leiturista Paulo Serra, de 55 anos, é um dos consumidores que não abre mão de avaliar bem os valores antes de fechar negócio. Ele tem um neto e três afi- lhados, ou seja, terá de comprar, nos próximos dias, pelo menos, quatro ovos de chocolate. “A i nda n ão se i ao ce r to quanto devo gastar. Mas, para evitar contas desnecessárias, estou pesquisando.
Pelos preços que já observei o custo não está muito diferente do que foi praticado no ano passado”, revela. O neto do leiturista, Eduardo Serra, de cinco anos, que acompanhou o avô ao super- mercado, ainda não escolheu o chocolate, mas sabe bem qual brinde quer ganhar: Bem 10. “A marca do doce é o que menos importa para eles. O que vale mesmo é o brinde, ou seja, o brinquedo que vem dentro dos ovos”, destaca Paulo Serra.
Veículo: O Liberal - PA