A indústria do vestuário nacional é uma das mais importantes no que diz respeito à geração de empregos e gastos com pessoal. Conforme a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), considerando os segmentos têxtil, confecções e couros e calçados, o setor gastou R$ 17,3 bilhões com recursos humanos em 2012, ficando atrás apenas dos setores de alimentos e bebidas e automotivo.
Uma das protagonistas no processo de industrialização do país, atualmente, a indústria têxtil emprega aproximadamente 1,7 milhão de pessoas e, só nos últimos 12 meses, de março de 2012 até fevereiro deste ano, o setor registrou um saldo positivo de 6.220 vagas formais no mercado de trabalho.
E, para 2013, o cenário que se desenha é positivo, como destaca o presidente da Abit, Aguinaldo Diniz Filho, baseado especialmente com base na possibilidade de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e do consumo em níveis superiores aos de 2012; nos grandes eventos como a Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude; nos efeitos das medidas tomadas no ano passado e na expectativa de uma taxa média de câmbio superior a dos últimos anos.
A previsão da entidade é que a produção da indústria têxtil e de confecção cresça cerca de 2% neste ano. Já em relação ao varejo, a perspectiva é ainda mais positiva e aponta para um incremento de 4%. O faturamento dos setor, deve ficar na casa dos US$ 53 bilhões. Porém, estas expectativas foram feitas com base em números estimados em 2012 e como o cenário é de melhora, os resultados de 2013 podem também ser melhores, destaca o presidente da entidade.
Conquistas - Além disso, Diniz Filho ressalta algumas conquistas feitas ao longo de 2012, especialmente a desoneração da folha de pagamento, benefício cujo setor foi o primeiro a ser contemplado, a uniformização da tributação de importações, o que acabou com a "guerra dos portos", e a redução dos custos de energia elétrica, direção em que a Abit ainda apoia um projeto de lei que reduz a tarifa da energia elétrica industrial no período das 22 horas às 6 horas. O que beneficiará o setor já que o seu parque opera 24 horas por dia.
Durante o ano passado, o esforço da Abit junto ao governo federal também resultou em outros benefícios para o setor, como a ampliação da margem de preferência de produtos nacionais nas compras governamentais de 8% para 20%. Esta medida já impactou de maneira positiva a competitividade do parque nacional, segundo Diniz Filho.
Por outro lado, ainda há desafios. Entre eles, a entidade está à espera da aprovação de um Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC), que, de maneira sucinta, tem como objetivo desonerar, simplificar e desburocratizar a carga tributária incidente sobre as confecções, um dos principais elos da cadeia do setor. " um projeto que, guardada as devidas proporções, se assemelha ao Inovar-Auto, do setor automotivo. Caso o RTCC seja aprovado, a indústria têxtil nacional dará um salto imensurável", afirma Diniz Filho. (LF)
Veículo: Diário do Comércio - MG