O apetite do grupo de investimentos Joh A Benckiser (JAB) por marcas de consumo continua crescendo. Dirigida pelo ex-CEO da Reckitt Benckiser, Bart Becht, a JAB assinou, na quinta-feira, um acordo para comprar a DE Master Blenders 1753. A operação, se confirmada, vale € 7,6 bilhões.

(No Brasil, a DE Master Blender tem as marcas de café Pilão, Café do Ponto, Caboclo, Senseo, Moka e Damasco. É concorrente da Nestlé, dona das marcas Nescafé, Nespresso e Dolce Gusto.)

Em dezembro, a JAB desembolsou US$ 340 milhões para comprar a Caribou Coffee, apenas seis meses depois de comprar a Peet's Coffee & Tea por US$ 1 bilhão e de aumentar sua fatia na DE Master Blenders de 12% para 15%.

Controlada pela família alemã Reimann, a JAB tem, além de uma fatia da Reckitt, a fabricante de perfumes Coty e as marcas de luxo Bally e Jimmy Choo. É dirigida por três veteranos do setor de consumo com laços em titãs como a Reckitt, a empresa de alimentos Mars e a cervejaria AB InBev.

Com 55 anos e natural da Holanda, Bart Becht tornou-se um dos mais respeitados executivos do mercado financeiro de Londres durante os 11 anos à frente da Reckitt. Sua gestão é descrita como altamente focada em controle de custos e engenhosamente criativa.

Ele triplicou a receita líquida da Reckitt e aumentou o lucro líquido da companhia em oito vezes. O resultado disso foi um retorno total para o acionista de mais de 500%. Foi muito bem pago por isso. Em 2009, Becht recebeu mais de 90 milhões de libras, depois da excelente performance das ações do grupo levarem a fortes ganhos com plano de opções de ações.

Mas nem todos os negócios de Becht foram bem. Em 2012, a Coty tentou, sem sucesso, comprar a Avon por US$ 10 bilhões.

A JAB tem ligações com a empresa de investimentos brasileira 3G Capital, que recentemente anunciou a compra da Heinz com o investidor americano Warren Buffett. Peter Harf, um executivo na JAB, já ocupou postos em algumas empresas ligadas à 3G, como a AB InBev e a Burger King.

Becht é conhecido por ser "extremamente inteligente, exigente e impaciente". O francês Olivier Goudet, sócio da JAB e antigo diretor financeiro da Mars, foi a "força motriz" por trás da fusão com a Wrigley em 2008, operação que movimentou US$ 23 bilhões, disse uma fonte. Becht, Harf e Goudet têm 8% da JAB.


Veículo: Valor Econômico