Nicho de cafés finos é aposta de produtores para driblar a crise

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Distante das oscilações do mercado tradicional de commodities, o segmento de cafés especiais tem sido a aposta de produtores para driblar períodos de crise. A ampliação das redes de cafeterias de luxo, novas marcas e eventos que destacam a qualidade desses produtos têm permitido a consolidação do mercado e o aumento da renda de cafeicultores que chegam a agregar às sacas de café até dez vezes o preço da saca comum.

 

A indústria não reclama de pagar um valor alto pelo produto. Sem passagem pelos estoques, o café especial é vendido à clientes que privilegiam a qualidade mesmo quando assunto é economia.

 

De acordo com Gabriel de Carvalho Dias, presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês), a demanda externa continua aquecida mesmo com a crise e há produtores com embarques confirmados até maio de 2009. "Nesse segmento ainda não percebemos o impacto da crise. A maior parte dos clientes é fiel, e, apesar de ser um produto mais caro, comparado com outros, a despesa mensal com o consumo de café é baixa", avalia.

 

O desempenho negativo de redes internacionais, como a Starbucks, é observado com cautela já que reflete o desaquecimento de alguns mercados, mas o presidente da BSCA acredita que o impacto será pequeno e destaca o crescimento da demanda interna.

 

O mesmo cenário é observado por Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic). "Nos Estados Unidos e na Europa pode haver uma queda no consumo, mas no Brasil isso não deve acontecer porque o preço continua bastante acessível", afirma.

 

As vendas da Fazenda Recreio ilustram a situação para o produtor. Vencedor das etapas estadual, representando São Paulo, e nacional da 6ª edição especial Melhores Cafés, Diego Dias de Macedo diz já sentir os efeitos da crise. "Tínhamos um contrato no Japão para a venda de 320 sacas, mas eles já reduziram o pedido para 160", disse. No entanto, o cafeicultor vendeu os lotes premiados por R$ 1.280 a saca e R$ 2.470 a saca, respectivamente.

 

Café paulista terá selo

 

Presente na premiação, José Serra, governador do estado, disse a jornalistas que pretende organizar os cafeicultores da região para estimular a produção local e criar um café com selo paulista. "Os produtores poderão se organizar como uma cooperativa e receber incentivos do governo para gerar escala", afirmou Serra após provar alguns dos cafés premiados.

 

Veículo: DCI


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