As lideranças catarinenses do agronegócio reclamaram que, no ano passado, o governo federal fez pouco para contornar a crise do insumo. Houve promessa de transportar milho para o Sul mas faltou caminhão. Até o Exército foi cogitado mas não tinha como fazer o transporte.
As agroindústrias pediram um subsídio de R$ 5 por saca para buscar o milho no Centro-Oeste, mas não foram atendidas. O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, diz que SC recebeu apenas 132 mil toneladas do grão ofertado aos pequenos produtores, quando a necessidade era superior a 300 mil toneladas.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o déficit de milho em SC em 2012 foi de 2,6 milhões de toneladas. Para piorar, parte da produção sai de SC logo após a colheita, pois faltam armazéns para estocagem.
– Temos espaço para apenas 40% da safra de milho – afirmou o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de SC (Ocesc), e diretor da Aurora Alimentos, Marcos Zordan.
Governo federal promete oferta de milho e silos
O presidente da Ocesc estima que cerca de 1 milhão de toneladas saem das divisas catarinenses e, depois, têm que ser trazidas de outras regiões e até do Paraguai. Por isso as lideranças pedem urgência na construção de ferrovias prometidas.
O ex-ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, anunciou no início de março que o governo federal deve ofertar milho para pequenos criadores. Outra medida é a construção de silos para armazenar milho em SC.
A forma com que o ministério pretende implantar o silo não é unanimidade no Estado. O presidente da Ocesc, Marcos Zordan, teme que haja um desperdício de dinheiro em uma obra com pouca eficiência.
– Pode haver problema de estragar produto, falta de manutenção, demora pela burocracia – argumentou.
A entidade sugere um financiamento para que as cooperativas construam armazéns no Estado.
Veículo: Diário Catarinense