Meta da fabricante de pães e bolos é alcançar a liderança no país nas próximas duas décadas
A fabricante francesa de pães e bolos Jacquet está disposta a se tornar, nos próximos 20 anos, líder no segmento em que atua no Brasil. E para chegar ao topo, a empresa tem a intenção de instalar no período sete fábricas no mercado nacional.
“O Brasil é um país em expansão e entendemos que existem boas oportunidades por aqui, motivadas principalmente pela nova característica do consumidor brasileiro”, explica Ricardo Guerra diretor da Jacquet Guerra do Brasil, que inaugurou no ano passado sua primeira fábrica no país, localizada em Guarapuava, no Paraná.
Das seis fábricas que ainda serão instaladas, duas ficarão localizadas na região sudeste, enquanto o sul receberá mais unidades. Já o nordeste também vai abrigar, segundo Guerra, duas fábricas, enquanto o centro- oeste tem previsão para receber somente uma unidade.
O executivo da Jacquet Guerra do Brasil — resultado de uma parceria do grupo paranaense Guerra com a francesa Limagrain — revela ao Brasil Econômico que a empresa tem dinheiro em caixa para realizar novos aportes no Brasil. “O grupo Limagrain fatura anualmente € 2 bilhões e destina 16% do seu faturamento para novos investimentos”, explica.
Na unidade de Guarapuava a companhia destinou cerca de R$ 80 milhões.
Para se tornar líder no Brasil, a Jacquet vai abusar da tecnologia e espera resolver problemas enfrentados por muitos brasileiros como a curta validade de produtos como o pão de forma. “O prazo médio dos pães de forma está em torno de 11 dias. Nosso produto poderá ser consumido em até 25 dias”, destaca o executivo, fazendo mistério. Já na linha de bolos, em que a validade média é de 90 dias, Guerra conta que os produtos da marca podem chegar até 260 dias.
Sem dar detalhes sobre como é possível atingir essa performance, o executivo revela apenas que a extensão da validade é resultado “de uma tecnologia desenvolvida pela Limagrain” tratada como “um segredo de produção”. Porém o executivo garante que nos produtos “não é utilizado nenhum tipo de conservante.”
Com participação pequena no Brasil, Guerra diz que a empresa espera ganhar mercado a partir do início completo da unidade no Paraná, que atualmente só produz a linha de biscoitos. Em outubro deste ano, a empresa tem a previsão de dar início na produção de bolos, enquanto a linha de pães começará no primeiro semestre de 2014. Por enquanto, os produtos vendidos no Brasil são importados da Europa. “Nosso trabalho aqui será de longo prazo. Colocamos o pé no Brasil para ficar e vamos sempre caminhar para frente”, disse.
Um fator importante para ganhar mercado aqui são os pontos de venda. De acordo com o executivo no segundo semestre deste ano os produtos da Jacquet vão estar presente nas principais redes de supermercado do país. Por enquanto, produtos como bolos, biscoitos e minibolos são vendidos apenas nas lojas do Pão de Açúcar, por meio de um acordo comercial.
Novos mercados
Guerra diretor da Jacquet Guerra do Brasil explica que o foco da empresa para o país não está ligado aos problemas econômicos da Europa — onde a empresa possui oito fábricas.
“Continuamos crescendo na Europa. A diferença é que o mercado europeu já está maduro e por isso não apresenta crescimento tão grande, o que não significa que os volumes são pequenos”, explica. “Não é um mercado em decadência”.
As unidades instaladas no Brasil vão ajudar também a companhia a ganhar ainda mais espaço na América Latina, servindo como plataforma de exportação. “O Brasil vai ser a nossa base na América Latina para que possamos exportar para outros países da região.”
Questionado sobre os principais pontos de interesse na América Latina, porém, o executivo apenas informa que “o foco das exportações não possui restrições. É o mercado que vai ditar as regras”, explica Guerra que também está negociando novas fábricas nos Estados Unidos.
Veículo: Brasil Econômico