Para diretor do fundo de pensão da Petrobrás, ainda não há consenso sobre o nome de Abilio Diniz para a BRF
O Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, planeja expandir sua presença no capital das empresas ligadas ao setor de consumo. A meta tem como pano de fundo fugir da queda de rentabilidade dos títulos públicos e aproveitar o recente aumento de renda da população brasileira.
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o diretor de investimento do fundo de pensão, Carlos Fernando Costa, revelou que os primeiros passos nessa direção já foram dados com a compra de fatias acionárias na Dasa (10,21%) e na Marcopolo (10%) no ano passado.
A principal aposta hoje da fundação no segmento de consumo é na BRF, onde detém 12,74% do capital. Um ativo atualmente no holofote dos investidores. A expectativa é de que a assembleia do dia 9 de abril gere novas polêmicas. O Petros ainda não bateu o martelo sobre a indicação do empresário Abilio Diniz para a presidência do conselho de administração da BRF.
Costa adianta que o fundo de pensão está analisando se o empresário é o nome certo para o cargo. "O Petros entende que o Abílio agrega valor ao conselho da BRF. Em nenhum momento o fundo questiona a capacidade e a competência do Abílio. O que estamos avaliando é a questão da presidência", afirmou.
A dúvida do Petros é se o empresário é o nome correto para conduzir o atual plano de expansão da BRF. "O presidente do conselho, junto com o presidente da companhia, será o condutor. A avaliação que estamos fazendo é se, neste momento, para o Petros, Abilio seria o melhor condutor", disse.
Juros. O executivo destacou a queda dos juros para o patamar de um dígito. Ele lembrou que o cenário de investimentos das fundações mudou radicalmente. Segundo ele, o setor terá de assumir mais riscos para conseguir bater as metas atuariais a partir de agora. Movimento que exigirá uma maior diversificação da pauta de investimentos dos fundos.
O plano do Petros é ampliar para até 39% a fatia do patrimônio do fundo aplicado no segmento de renda variável. Atualmente, a participação está em 37%. A parcela direcionada à renda fixa caiu acentuadamente nos últimos quatro anos, mas a tendência agora é de uma acomodação.
Entretanto, destacou Costa, o perfil de alocação dos recursos em renda fixa vai mudar. No passado, a maior parte era aplicada em títulos públicos. Com a mudança de cenário, o plano é migrar parte desse patrimônio para crédito privado e fundos de investimentos. A meta é ampliar dos atuais 16% para até 20% a parcela do patrimônio aplicado nesse segmento.
Veículo: O Estado de S.Paulo