Mercado de publicidade exterior comemorou a possibilidade de usar espaços públicos de maior visibilidade
Painéis de propaganda voltaram às ruas de São Paulo nas últimas semanas, seis anos após a entrada em vigor da Lei Cidade Limpa. Em janeiro de 2007, a publicidade externa havia sido proibida na capital. Com a concessão do mobiliário urbano, assinada ano passado, o caminho para a volta dos anúncios estava traçado. Alguns dos novos pontos de ônibus de bairros nobres passaram a exibir uma campanha da Brahma em 30 de março.
O mercado de publicidade exterior comemorou a volta dos anúncios às ruas e espera que a lei possa ser flexibilizada em alguns pontos. As empresas esperam que a Prefeitura autorize o aumento do espaço que pode ser explorado comercialmente nas telas de imóveis históricos em reforma e nas placas colocadas em termos de cooperação, como quando uma empresa adota uma praça, por exemplo.
"A gente não quer que a cidade volte ao patamar que tínhamos antes da Lei Cidade Limpa. São Paulo não foi feita para a gente encher de publicidade, mas acho que podemos pensar em outras opções além do relógio e do ponto de ônibus", afirma o presidente da Federação Nacional das Empresas de Publicidade Exterior, Luiz Fernando Rodovalho. "Podem ser peças harmônicas, que ajudem a valorizar a beleza da cidade", diz o publicitário.
Mas nem todos estão felizes com a volta da publicidade. O urbanista Issao Minami, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, acha que as ruas da cidade não precisam, necessariamente, das propagandas. "Já existem canais para a divulgação de anúncios. O mobiliário tem de ser pensado para ser usado pelos cidadãos, não para ser uma plataforma de propaganda", argumenta Minami.
Até entre passageiros, os novos pontos provocam polêmica. A farmacêutica Ângela Souza, de 23 anos, reclamou que o novo ponto de ônibus tem uma cobertura curta. Já o estudante Caio Ferreira dos Santos, de 19, disse que, por ser iluminado, o anúncio pode ajudar na segurança do entorno do ponto. Os anúncios da Brahma já podem ser vistos em pontos de ônibus do Itaim-Bibi, Jardim Paulista e Moema, na zona sul, além de Perdizes, zona oeste. Os cartazes ficarão até a próxima semana, mas a Ambev comprou um pacote que dá direito a explorar 10.800 placas entre março de 2013 e dezembro de 2014 - além de 10% de todos os pontos de ônibus durante as cinco semanas da Copa do Mundo, em 2014. / T.D.
Veículo: O Estado de S.Paulo