Fraude afeta comércio de café no ES

Leia em 1min 40s

O esquema de sonegação fiscal na comercialização de café que começou a ser desarticulado nesta semana com a "Operação Robusta" provocou mudanças nos negócios com o café robusta no Espírito Santo, maior produtor nacional da espécie. A operação foi deflagrada pelos Ministérios Públicos e Secretarias de Fazenda de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Janeiro.

De acordo com boletim do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), o mercado de robusta tinha apresentado maior ritmo nos negócios no início desta semana, mas voltou a registrar baixa liquidez depois da "Operação", na terça-feira. Algumas empresas do segmento teriam saído do mercado e, com o cenário indefinido, vendedores também postergaram negociações.

O presidente do Centro de Comércio de Café do Espírito Santo, Luiz Polese, disse que as empresas envolvidas na fraude tinham posições vendidas para a indústria, mas agora não poderão entregar o café. Como não pagavam o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e obtinham de forma ilegal créditos do tributo, as empresas vendiam o grão cerca de R$ 12 a R$ 15 por saca mais barato. Conforme Polese, as empresas "sérias" também aguardam uma acomodação geral do mercado.

Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), diz que a retração das fábricas é natural diante da busca de informações no mercado, mas ele espera volta à normalidade em poucos dias. Além disso, a colheita do produto do ciclo 2013/14 está atrasada devido às chuvas, segundo Polese. Café novo deverá entrar no mercado no fim deste mês, fator que também impede uma maior comercialização do produto.

Segundo Abner Martins Brito, da Gecafé Corretora, no Espírito Santo as empresas "sérias" estavam fora do mercado porque não conseguiam competir com as "ilegais". As indústrias não estão aparecendo no mercado, conforme Brito, mas as vendas de produtores para exportadores na sua empresa cresceram 30% ante a semana anterior, muito em função da saída dos "ilegais". Brito afirma que de 75% a 80% do mercado do grão no Estado estava dominado pela fraude fiscal.



Veículo: Valor Econômico


Veja também

Empresa de Minas vai comercializar pudim com o Japão

Mistura em pó para o preparo do doce tem a marca Pratice Line.Há quatro anos Edmar Cerceau fez uma mudan&c...

Veja mais
"Capital do tomate" vê produção cair pela metade

Depois de plantar tomate por mais de 15 anos em Goianápolis, cidade no interior de Goiás conhecida como a ...

Veja mais
Lácteos puxam alta global dos alimentos

Um forte encarecimento de produtos lácteos foi o principal responsável pelo aumento do índice de pr...

Veja mais
Desoneração depende de diálogo entre indústria e comércio

Publicada ontem, a portaria que regulamenta a desoneração dos smartphones fabricados no Brasil ainda depen...

Veja mais
Lojas de teles e varejistas em rota de colisão

O avanço das vendas de aparelhos celulares no varejo tem obrigado as operadoras de telefonia móvel a diver...

Veja mais
Política agrícola produziu escassez de alimentos

Os venezuelanos costumam reclamar que tudo o que põem no prato vem do exterior: bife, do Brasil; arroz, da &Aacut...

Veja mais
Venda de computadores no mundo registra a maior queda desde 1994

Tecnologia. Segundo a empresa de pesquisas IDC, as vendas de PCs recuaram 13,9% no primeiro trimestre em relaç&at...

Veja mais
Preços internacionais sobem 1% em março com alta dos laticínios

Os preços internacionais dos alimentos subiram 1% em março ante fevereiro, informou a Organizaç&ati...

Veja mais
Rede Havan inaugura nova filial em Bauru em junho

Bauru será a sede da 52ª loja da rede Havan, que estampa na sua fachada a réplica da casa Branca e a ...

Veja mais