Preço de trigo sinaliza recuperação, mas a comercialização segue lenta

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Os preços do trigo no mercado interno começam a dar sinais de recuperação, mas ainda não o suficiente para impulsionar a comercialização. O ritmo de vendas está cerca de 20% mais lento sobre igual período do ano passado, segundo levantamento da consultoria Safras&Mercado. 

 

"As principais vendas foram realizadas por meio dos programas do governo, como os contratos de opção, Aquisições do Governo Federal (AGF) e Prêmio de Escoamento do Produto (PEP)", afirmou Élcio Bento, analista da Safras. De uma produção de cerca de 5,6 milhões de toneladas de trigo no Brasil, cerca de 40% já foram comercializadas, sobretudo do Paraná, o maior Estado produtor do país. 

 

"Os preços do trigo recuaram fortemente neste segundo semestre pressionados pela recuperação da produção dos principais países produtores", afirmou. No primeiro semestre de 2008, as cotações médias da tonelada do trigo no país ficaram em R$ 720 (base Paraná). Neste segundo semestre recuaram para R$ 527. "A expectativa é de que os preços voltem a se recuperar durante a entressafra do produto [de dezembro a julho]." 

 

No Brasil, a safra está 100% concluída, com uma oferta de 5,6 milhões de toneladas, alta de 43,5% sobre o ciclo passado, de 3,9 milhões de toneladas. Na Argentina, o principal fornecedor de trigo para o Brasil, a produção deverá atingir 9 milhões de toneladas, um forte recuo de 44% por conta das geadas durante o plantio, seguido de seca. 

 

Os preços do trigo na Argentina voltaram a se recuperar nas últimas semanas, dando sustentação às cotações no Brasil. Nas últimas três semanas, o preço subiu 12%, para US$ 190 a tonelada. No mercado interno, a tonelada chega a R$ 490 (base Paraná), uma média 5% acima sobre o início do mês. 

 

Para 2009, a expectativa é de que a volatilidade se reduza, caso a crise financeira não se agrave. A quebra da produção da Argentina também deverá sustentar as cotações. Por conta da menor produção argentina, o Brasil deverá buscar trigo de outros mercados, sobretudo do Hemisfério Norte. O país importa entre 4,5 milhões e 5 milhões de toneladas por ano para completar a demanda nacional. (MS) 

 

Veículo: Valor Econômico


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