Setor atacadista fatura R$ 1,8 bilhão no Ceará

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A expectativa para este ano é que o segmento tenha crescimento real de 5% no País, mesmo diante da inflação

São Paulo. Apesar da intensificação da desaceleração econômica no Brasil, o segmento atacadista distribuidor registrou, no ano passado, crescimento de 2,5% em relação a 2011, com um faturamento total de R$ 178,5 bilhões. Em 2012, os agentes de distribuição responderam por 51,9% da movimentação dos itens de consumo básico das famílias brasileiras, considerando que o mercado de consumo representou uma receita de R$ 344,1 bilhões.

Os dados divulgados ontem pela Abad em São Paulo mostram que o mercado de consumo teve receita de R$ 344,1 bilhões em 2012 FOTO: DIVULGAÇÃO

Os dados são do Ranking da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) e foram divulgados, ontem, durante encontro com afiliados, em São Paulo. Participaram da amostragem 471 empresas (quase 40% do segmento), número 10% maior que em 2011, quando foram contabilizados 428.

Ceará

As 471 empresas faturaram R$ 66,2 bilhões em 2012. Deste valor, 1,8 bilhão é referente à economia do atacado distribuidor cearense. No Ceará, 21 empresas participam do ranking, 11 a mais do que em 2011. Conforme o Ranking Abad, essas 21 empresas cearenses cresceram, em 2012, 10,7% a mais que no ano anterior, quando o faturamento foi de R$ 1,6 bilhão. Índice que, conforme o presidente da Associação Cearense dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Acad), Adailton Pinto Melo, denota a representatividade do Estado no setor.

No Nordeste, o Ceará aparece na quinta colocação, ficando atrás de Pernambuco (R$ 3,1 bi), Bahia (R$ 2,7 bi), Paraíba (R$ 2,2 bi) e Piauí (R$ 1,9 bi). No Brasil, o Estado aparece na décima posição no que diz respeito à participação no faturamento, com 2,7%.

O desenvolvimento, explica, está ligado a melhorias em áreas como logística e aparato tecnológico, assim como à política estadual de redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). "Quando o imposto é justo, mais baixo, todos pagam. Ganham os dois lados. As desonerações estão ocorrendo", afirma, dizendo que aproximadamente 400 empresas atuando no mercado atacadista, das quais 130 são associadas à Acad. Ao todo, são 25 mil pontos de venda espalhados do Ceará, e 3.600 vendedores e representantes comerciais.

Expectativa para 2013


O presidente da Abad, o cearense José do Egito, diz que a expectativa para este ano é que o segmento atinja um crescimento real de 5%, mesmo diante da inflação. Os atacadistas apostam no surgimento de novos produtos, na presença ainda maior da mulher no mercado de trabalho (aumentando o consumo de determinados itens), na busca crescente das pessoas por bem-estar, dentre outros fatores.

Em meio ao desenvolvimento do segmento atacadista distribuidor brasileiro, destacam-se as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, pois vêm apresentando evolução acima da nacional nos últimos cinco anos. Nota-se que isso está relacionado ao processo de interiorização da indústria, o que contribui para um crescimento regionalizado, garantindo que os produtos estejam à disposição dos consumidores.

"No Ceará, por exemplo, temos bons agentes de distribuição que estão prestando um serviço muito bom. Por isso, o setor deve continuar avançando", afirma José do Egito. No Brasil, informa, são mais de um milhão de pontos de venda atendidos pelo setor. "Nosso grande desafio é acompanhar a transformação nos hábitos de consumo dos clientes", completa.

Investimentos

Entre os que responderam ao ranking, 59,8% disseram que, para garantir melhores resultados em 2013, farão investimentos em área de armazenagem; 75,1% em tecnologia de gestão; 72,2 em sistema de informação e Tecnologia da Informação (TI); e 61,6% em frota própria.

Para o professor e consultor da Fundação Instituto de Administração (FIA), Nelson Barizzelli, a indústria brasileira, embora tenha voltado aos níveis de produção de 2008 (antes do processo de desaceleração econômica), ainda precisa de um "choque de produtividade", pois continua suplementando a oferta interna com importações.

"A indústria não está tendo a velocidade suficiente", observa Nelson. A opinião dele é compartilhada pelo diretor da Nielsen no Brasil, Olegário Araújo. Tanto a Nielsen quanto a FIA são parceiras da Abad na elaboração do ranking.



Veículo: Diário do Nordeste


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