Atacadistas projetam crescer o dobro do ano passado

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A leve desaceleração do varejo nos últimos tempos parece não afetar as operações de atacado, um dos principais fornecedores aos supermercados, farmácias e afins. Prova disso é que no ano passado o segmento foi responsável pelo faturamento de R$ 158,5 bilhões, índice esse 2,5% superior na comparação com 2011. Para este ano, segundo a Associação Brasileira de Atacadistas Distribuidores (Abad), é previsto crescimento na casa dos 5%, o dobro do ano anterior. "Estamos bem otimistas mesmo com o cenário de inflação pressionado o consumo", disse José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da entidade, ao divulgar o ranking das maiores redes do País.

A perspectiva positiva da entidade mostra o potencial desse nicho de mercado, uma vez que ele está pouco abaixo dos índices apresentados pelos empresários do ramo supermercadista. O setor, por exemplo, cresceu 5,30% no acumulado do ano passado, conforme a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Os grandes players do setor de varejo, como as redes Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, entre outros representam apenas 5,8% das vendas dos atacadistas. Por outro lado, esses atacados em operação no mercado brasileiro são de extrema importância aos pequenos e médios empresários de farmácias, mercearias e mercados, uma vez que 95% das operações de porte pequeno - com no máximo quatro caixa (check-out) - são abastecidos por essas empresas. Quando se trata de operação com cinco a 19 check-outs (os médios do setor de supermercados), esse índice sobe para 40%.

Outro ponto que comprova a necessidade de expansão nesse nicho é que a cada R$ 100 movimentado no varejo, R$ 52 passou pelos caixas dos atacadistas, que abastecem mais de um milhão de outras lojas. Além dos dados acima, uma pesquisa realizada pela Abad, em conjunto com a consultoria Nielsen e com a Fundação Instituto de Administração (FIA), apontou que os atacadistas têm se movimentado para o interior do Brasil, reflexo de maior oportunidade em regiões mais afastadas.

"Diferente de outros setores do comércio, em que os grandes centros são foco, para os atacados as oportunidades estão em cidades interioranas, em especial, nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste", disse Nelson Barrizzelli, pesquisador da FIA nas áreas de Marketing e Consumo.

Outro dado apurado como resultado da pesquisa, é que dos ouvidos, quase 40% dos empresários atuantes nesse segmento, 83% dos 471 entrevistados, fizeram algum tipo de investimento em suas lojas. "Eles pretendem investir em seus pontos de vendas, o que indica que mesmo em um mercado difícil de se operar devido ao custo Brasil, os empresários mostram-se confiantes", apontou Olegário Araújo, porta-voz da Nielsen.

Apesar disso, o montante empregado pelas empresas vai além das áreas que receberão investimentos, sendo elas: armazenagem, tecnologia de gestão, sistema de informação, tecnologia e aquisição de frota própria.

Vendas mensais

Enquanto o atacado cresceu 2,5% ano passado, na outra ponta a Abras apresentou resultado positivo nas vendas do setor supermercadista em março de 2013. No período houve incremento de 9,65% em relação a março de 2012, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, divulgado mensalmente pela entidade. Na comparação com o mês de fevereiro deste ano, houve um crescimento de 19,26%.

No acumulado do primeiro trimestre do ano, as vendas nos supermercados brasileiros acumulam crescimento de 3,53 %, na comparação com igual período do ano passado.

Em valores nominais, o Índice Nacional de Vendas da Abras apresentou crescimento de 19,82% em março em relação a fevereiro de 2013 e alta de 16,92% quando comparado a fevereiro de 2012. O acumulado nominal, no trimestre, chega a 10,17%.

Por meio de nota, Fernando Yamada, presidente da Abras ressaltou que o resultado vem impulsionado pela Páscoa. "As ótimas vendas ocorridas no período da Páscoa, considerado pelo setor o segundo melhor momento em venda do ano, permitiram extraordinário crescimento do nosso indicador de vendas para o mês de março, que se beneficia também do efeito deslocamento de data, pois no ano passado a Páscoa caiu na primeira semana de abril. Apesar da questão de sazonalidade, estimamos que os resultados continuem positivos e com tendência de estabilização deste patamar", afirmou ele.



Veículo: DCI


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