Polo de Nova Serrana busca inovação para ganhar mercado

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O polo calçadista de Nova Serrana, no Centro-Oeste mineiro, que neste exercício projeta crescimento de produção entre 8% e 10% em relação ao ano passado, agora está mais focado na diversificação dos produtos e no desenvolvimento de novas tecnologias e design. Por esse motivo, o presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria do Calçado de Nova Serrana (Sindinova), Pedro Gomes da Silva, comemora o início das atividades do Núcleo de Design e do Centro de Usinagem, no Centro Tecnológico do Calçado. A abertura será feita oficialmente no próximo dia 14.

"Estamos muito bem, com projeção de crescimento, mas agora o nosso foco é com a inovação, que nos dará o diferencial competitivo", anuncia Gomes da Silva, para quem o Centro Tecnológico do Calçado, instalado na sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Minas), cumprirá muito bem essa função, prestando serviço às 1,2 mil empresas do setor. "A demanda será muito grande, inclusive porque, naturalmente, a produção tem migrado do estilo esportivo para o segmento feminino, que tem maior valor agregado", explica.

O Centro Tecnológico foi viabilizado por meio do Programa de Apoio à Competitividade do Arranjo Produtivo Local (APL) de Nova Serrana, que é uma parceria entre o Sindinova, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid), pelo sistema Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), Sebrae e governo de Minas. Sua implantação tem sido feita gradativamente, ao longo dos últimos meses, desde a instalação do Senai em Nova Serrana, em dezembro de 2011.

Soluções - O Núcleo de Design, a ser aberto nos próximos dias, terá com atribuição oferecer soluções às empresas ao longo de todo o processo de desenvolvimento de criação dos calçados, que vai desde a a elaboração dos conceitos das coleções até a entrega dos protótipos, juntamente com as peças cortadas para a confecção das amostras. Já o trabalho do Centro de Usinagem é disseminar tecnologia e processos racionais de produção, com qualificação da mão de obra.

Segundo Gomes da Silva, o maquinário é "um dos mais modernos do mundo" e, em breve, os profissionais do Senai já estarão treinados para atendimento aos empresários. A abertura oficial do Núcleo de Design, do Centro de Usinagem e do Laboratório de Testes e Ensaios, no próximo dia 14, contará com a secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, e o secretário da Indústria, Comércio e Serviços, Marco Antônio Rodrigues da Cunha.

Perfil - O polo de Nova Serrana reúne cerca de 1,2 mil indústrias calçadistas no APL, em 12 municípios do Centro-Oeste mineiro: Nova Serrana, Bom Despacho, Pitangui, Divinópolis, Leandro Ferreira, São Gonçalo do Pará, Perdigão, Araújos, Pará de Minas, Conceição do Pará, Igaratinga e Onça do Pitangui, que produzem cerca de 100 milhões de pares ao ano, gerando pelo menos 20 mil empregos diretos e 22 mil indiretos.

Mesmo com um recuo de produção de 4,5% no ano passado, em relação a 2011, a tendência é de crescimento. Para este ano, Gomes da Silva espera um incremento de produção de até 10% em relação a 2012, quando foram fabricados 105 milhões de pares de sapatos. Em 2007, foram produzidos 77 milhões de pares, passando para 81 milhões em 2008; para 90 milhões em 2009; e para 110 milhões em 2010 e também em 2011.

Feminimo - Embora Nova Serrana seja conhecida nacionalmente como a "Capital Nacional do Calçado Esportivo", a expectativa é de que o polo ganhe destaque também no segmento feminino. "Atualmente, responde por 40% de nossa produção", informou Gomes da Silva, lembrando que este mercado é mais amplo e, além disso, tem maior valor agregado do que os esportivos. Como o tempo e o custo de produção são menores, o número de calçados femininos produzidos em um único dia chega a ser o dobro do alcançado na fabricação de tênis.

Na avaliação do Sindinova, as perspectivas para 2013 são de crescimento, tanto de mercado como de produção, considerando não apenas os grandes eventos esportivos que serão realizados no Brasil este ano e em 2014, mas também os investimentos em qualidade, tecnologia e preço competitivo.    



Veículo: Diário do Comércio - MG


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