Uma ferramenta para estimular as exportações

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Possível instrumento para incentivar as vendas de produtos e serviços ao exterior – e abrir novos mercados para o País –, o seguro de crédito para exportação não só é muito pouco utilizado no Brasil como é virtualmente desconhecido:  três em cada dez exportadoras do País sabem dele. Para divulgar a modalidade, o projeto Exporta São Paulo, da São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), convidou Denise Cortez, gerente comercial e de desenvolvimento de negócios da Coface Brasil, para ministrar o workshop "Risco Comerciais e Políticos e Seguro de Créditos à Exportação - Situação nos Brics".
 
Em sua palestra, a executiva  abordou os conceitos de risco comercial e os critérios de avaliação do clima de negócios em um período de grandes transformações e turbulências econômicas, principalmente as mais recentes observadas na Europa. Segundo ela, no âmbito dos Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – o comércio só tem a se beneficiar por esse tipo de acordo que pode, além de oferecer mais segurança nas transações, estimular o comércio de itens de maior valor agregado, já que atualmente as mercadorias exportações pelo Brasil para os parceiros do grupo concentram-se em commodities.
 
Ela explicou que os seguros de créditos para exportação são utilizados para prevenir perdas durante a transação, instabilidade política que pode ocorrer com algum dos parceiros enquanto as negociações ocorrem, dificuldades dos exportadores para o cumprimento de prazos de entrega e atrasos nos pagamentos por parte dos países compradores que já receberam as mercadorias, entre outras ocorrências.
 
José Cândido Senna, coordenador geral do Projeto Exporta São Paulo pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e pela SP Chamber of Commerce, da ACSP, opinou que o seguro de crédito de exportação pode ser uma solução para pequenos exportadores em um mercado em que as linhas de crédito estão tomadas até para financiar a folha de pagamento. "Considero uma ferramenta de promoção comercial que pode ser muito útil no dia a dia do pequeno e médio exportador", disse.
 
A executiva da Coface Brasil lembrou que as trocas comerciais entre todos os membros dos Brics somaram US$ 282 bilhões no ano passado e que  podem crescer. A perspectiva do governo brasileiro é de que alcancem US$ 500 bilhões. O Brasil negociou com estes parceiros US$ 91 bilhões no ano passado, conquistando uma participação de 30% de todas as transações.  Os membros do grupo elaboraram um acordo que levou em conta a situação política e social de cada um deles e os itens que exportam e importam anualmente.
 
Segundo ela, o seguro, que oferece análise de risco que envolvem o comportamento de fatores como transparência, confiabilidade nas informações divulgadas e a existência de leis de proteção ao credor, pode colaborar para que indústrias, empresas comerciais importadoras e exportadoras e tradings elevem seu volume de negócios com segurança.
 
Finalmente, ressaltou que a ferramenta é útil em um mercado no qual é impossível eliminar totalmente os riscos, inerentes a qualquer negócio e principalmente aos de exportação que envolvem variáveis complexas como oscilações cambiais, riscos políticos e econômicos,  legislação de proteção a credores, além de regulamentações ambientais e sociais, entre outros.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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