Avanço de grandes redes no interior paulista desafia varejistas regionais

Leia em 2min 10s

Mal havia terminado a época de compras de Natal quando a rede Gimenes encerrou as operações de seis supermercados no interior paulista. No dia 26 de dezembro, fecharam as portas lojas em Ribeirão Preto, Sertãozinho, Araraquara, Bebedouro e Franca. Nessa última cidade, a empresa fechou suas duas unidades e demitiu o maior número de pessoas, cerca de 110. 

 

O caso do Gimenes em Franca remete às mudanças no varejo de municípios interioranos ocorridas nos últimos anos. De um lado, o novo cenário é formado pelo avanço de grandes redes de abrangência nacional e grupos regionais fortalecidos e, de outro, pelas empresas já existentes que são desafiadas pela maior concorrência. 

 

Há dois anos, havia em Franca supermercados de redes da região - como Gimenes e Savegnago - e apenas uma loja de um grande grupo - o CompreBem, do Pão de Açúcar. No fim de 2006, porém, o varejo mudou por completo: quase simultaneamente, os gigantes multinacionais Carrefour e Wal-Mart abriram cada um a sua loja. 

 

Menos de um ano depois, em setembro de 2007, o CompreBem deixou a cidade - o Pão de Açúcar disse, na sexta-feira, que não tinha porta-voz para explicar os motivos. Mas outras empresas continuaram chegando. Em 2008, a rede mineira Tonin - com oito lojas, mas em expansão - abriu seu primeiro atacado em Franca. Em setembro, a atacadista holandesa Makro comprou um terreno para instalar-se na cidade. 

 

Com 319 mil habitantes e crescimento anual perto de 10%, Franca recebeu novas redes também em outras áreas do varejo. Em 2006, a C&A, de vestuário, e a C&C, de material de construção, abriram lojas no Franca Shopping, do grupo Sonae. Em 2008, o centro comercial recebeu lojas da Vivara, M.Officer e Kopenhagen, entre outras. No centro da cidade, foram abertas uma unidade do Extra Eletro, do grupo Pão de Açúcar, e três da rede mineira Ricardo Eletro. 

 

De forma isolada, o aumento da concorrência não explica o encolhimento do Gimenes, mas certamente não contribuiu para o desempenho da empresa. 

 

Um dos efeitos da chegada de tantas redes foi o aumento do valor dos imóveis. Segundo Alexandre Agnello, da imobiliária local Agnello, aluguéis em avenidas comerciais subiram até 25% em um ano. A locação também encareceu no shopping. O superintendente Fabio Segura não revela o tamanho dos reajustes, mas diz que eles acompanham o aumento das vendas, entre 10% e 15% ao ano. 

 


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Papeleira atrai mais que fábrica de celulose

Numa recente reunião com banqueiros, o diretor-executivo da Suzano Papel e Celulose, André Dorf, foi surpr...

Veja mais
Novos tempos dão mais poder a anunciantes

Em anos recentes, o mundo da publicidade desfrutou algum renascimento. Anunciantes pressionaram a Madison Avenue a produ...

Veja mais
Gimenes recorre à recuperação judicial

A parceria entre a administradora de fundos de investimento Governança & Gestão (GG), liderada pelo ex...

Veja mais
Produção de trigo da Argentina deve recuar mais que o previsto

A produção argentina de trigo frustrou as expectativas na safra 2008/09, começam a confirmar os pri...

Veja mais
Funcafé libera mais R$ 20,8 mi para a estocagem do grão

O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci...

Veja mais
Safra de trigo argentina será a menor dos últimos 20 anos

O anúncio dos dados preliminares levantados pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires - contando com 92,4% da colheit...

Veja mais
Grandes redes dão descontos de até 80%

As grandes redes varejistas do País iniciaram o ano mantendo a política de promoções para qu...

Veja mais
Marcas Extra e DIA abrem lojas no interior

Quem manteve os planos de expansão até o final foi a rede de supermercados DIA, que terminou o ano com a a...

Veja mais
Vendas da Muriel crescem 20% em 2008

A crise financeira internacional e a redução do crédito não desanimam a fabricante de cosm&e...

Veja mais