Mercado de licenças no País inicia expansão internacional

Leia em 3min 40s

Após atingir um faturamento de R$ 7,5 bilhões em vendas para o consumidor final no Brasil em 2012, segundo a Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), o mercado de licenças inicia seu processo de expansão, buscando outros locais como os Estados Unidos e a Europa. Com a crescente presença no exterior de personagens criados no Brasil, como a Galinha Pintadinha, Patati Patatá, Peixonauta e AmigãoZão, o segmento está em um processo de exposição das licenças nacionais para possíveis compradores estrangeiros.

Em entrevista exclusiva ao DCI, a presidente da Abral, Marici Ferreira, aponta que o processo está no início. "É uma ótima oportunidade, mas a princípio não muito fácil, até porque o exterior ainda não conhece bem as marcas brasileiras. Mas há um grande potencial, pois elas têm hoje uma projeção grande no Brasil. Nosso foco maior hoje é mostrar o que temos de bom. Vamos primeiro aprender a fazer negócio fora do país, buscando essa exposição", comenta a executiva.

Hoje, o Brasil é o quinto país em faturamento de licenciamento de marcas no mundo, atrás de México, Canadá, China e Estados Unidos. De acordo com a presidente da Abral, com a exposição de marcas brasileiras em outros países, o faturamento brasileiro pode se aproximar mais dos líderes no setor.

"É muito mais fácil fazer sucesso onde se conhece o consumidor, do que onde não se conhece. Os Estados Unidos, por exemplo, vendem U$ 110 bilhões de dólares por ano de produtos licenciados. É possível que, com vendas no exterior, nosso faturamento, hoje de R$ 7,5 bilhões, cresça mais".

A presidente da Abral projeta ainda que o faturamento com produtos licenciados aumente de 5% a 8% neste ano, e novidades sejam observadas. "Há uma tendência muito forte no Brasil de começar a se trabalhar mais com marcas e esportes, mas é um processo vagaroso. Acredito que haverá uma estabilidade na venda de produtos infantis, mas para o público adulto deve crescer". Atualmente, cerca de 70% do mercado de licenciamento são de entretenimento, envolvendo personagens de desenhos e animações.

Uma parceria entre a Abral e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) levará 13 licenciadores e agentes de licenciamento para exporem suas marcas na maior feira do segmento no mundo, o Licensing Expo, em Las Vegas (EUA), entre os dias 18 e 20 de junho. Uma das empresas presentes no Licensing Expo será a Fico Surfwear, que vende peças de vestuário, acessórios e mochilas. Segundo Raphael Levy, sócio-diretor da Israco, empresa responsável pela venda de licenças da Fico, a presença mais frequente de marcas brasileiras deve aumentar, ao contrário do que se viu nos últimos anos.

"Fomos convidados pela Apex-Brasil para participar da feira de Las Vegas. Vamos preparados para vender licenças a outros países, como, por exemplo, o México". O empresário afirma que outros países, como Costa Rica e Guatemala, já procuraram a Fico, mas procurando comprar produtos, não licenças.

A marca também busca expandir com produtos voltados a crianças de até seis anos. Recentemente, a Fico firmou parceria com a TV PinGuim, estúdio desenvolvedor do desenho animado Peixonauta, para lançar a linha 'Fico nas Ondas do Surf'. "A TV PinGuim é responsável por toda parte de criação de conteúdo e nós operamos com as vendas de licenças. São cinco personagens, com uma proposta de abordar o surfe e as praias brasileiras. Esse projeto está indo para os Estados Unidos com o nome 'Fico Go Surf'", retrata o sócio-diretor da Israco.

Mercado Interno


No Brasil, o segmento que mais utiliza licenciamento é o de confecções, seguido por papelaria, brinquedos, calçados, higiene e, por fim, alimentos.

A Village assinou nesta semana um contrato para vender produtos com temática da série de TV Chiquititas. A empresa conta hoje com seis licenciamentos, entre eles dos personagens Galinha Pintadinha, Looney Tunes e Patati Patatá.

Reinaldo Bertagnon, executivo do grupo Village, afirma que o peso que os produtos licenciados têm sobre o faturamento da empresa deve crescer. "Os licenciados representam cerca de 35% no faturamento de ovos de páscoa e até 10% no de panetones.

Agora estamos mudando um pouco o perfil e começando a trabalhar com produtos voltados para o dia a dia. Isso tudo deve elevar nosso faturamento."

Bertagnon ainda explica que há restrições para serem vendidos fora do Brasil.

"Só podemos exportar esses produtos com licenciamento nacional, após negociar com licenciador, mas essas marcas não são tão conhecidas lá fora. Logo, é necessário um trabalho de exportação dos personagens", finaliza o executivo.



Veículo: DCI


Veja também

Plataforma virtual para agricultores recebe novos mecanismos de comercialização

Objetivo é aproximar e ampliar o contato, por meio da internet, entre os agricultores familiares, seus clientes e...

Veja mais
P&G vai ampliar em 50% os lançamentos

Novo presidente da P&G Brasil, Alberto Carvalho, planeja agilizar a vinda de produtos globais para o País e l...

Veja mais
Produção de queijo terá intercâmbio com franceses

Reconhecida como patrimônio imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artí...

Veja mais
Comissão do Senado aprova projeto que pode reduzir preço do pão

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou nesta terça-feira (21) projeto que exclui da bas...

Veja mais
Vendas no comércio devem subir 5% no Dia dos Namorados

As vendas do comércio brasileiro na semana que antecede o Dia dos Namorados devem aumentar 5% em relaç&ati...

Veja mais
Procter & Gamble acelera ritmo de lançamentos

A americana Procter & Gamble (P&G) era uma empresa com um pequeno portfólio e pouco conhecida no Brasil, ...

Veja mais
Disputa pelo tempo do consumidor marca fase atual

A nova geração de consoles de videogame, composta pelo Wii U, da Nintendo (lançado no fim de 2012),...

Veja mais
Novo console Xbox é apresentado

A Microsoft apresentou, ontem, o console de videogame Xbox One, sucessor do Xbox 360, que está no mercado h&aacut...

Veja mais
Indústria "destoa" e abre 65% mais vagas formais que no começo de 2012

No acumulado de janeiro a abril deste ano o país criou 549 mil vagas, número 22% menor que em igual per&ia...

Veja mais