Fundador segue no comando da Ceagro

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A compra da Ceagro pela Mitsubishi não deve provocar mudanças no comando da companhia brasileira, que atua nos segmentos de produção, comercialização e transporte de produtos agrícolas. Quem garante é o fundador e atual CEO da empresa, Paulo Fachin.

O empresário manteve uma fatia de 20% no capital da companhia que criou em 1994. Com a compra das ações pertencentes à Los Grobo Agro do Brasil, que controlava a Ceagro desde 2010, a Mitsubishi ficou com 80% das ações. A Vinci Partners, que participava por meio da ex-controladora, da qual tem 50% do capital, também deixa o negócio.

Fachin disse que a sua manutenção como acionista foi uma das exigências dos japoneses para fechar o negócio. "A atual diretoria também será mantida. Este foi um dos ativos adquiridos pela Mitsubishi".

A aquisição da Ceagro pela Mitsubishi se insere no plano do conglomerado japonês de dobrar o volume global de importação de grãos - de 10 milhões para 20 milhões de toneladas - até o fim da década. Segundo Fachin, a meta é que a Ceagro responda por 20% a 25% dessa demanda. "A Mitsubishi traz a garantia de demanda pelos grãos originados pela empresa".

Para atingir a meta, a Ceagro vai precisar ao menos quadruplicar seu volume atual em sete anos. O plano, diz Fachin, é crescer por meio de aquisições e novos projetos. "A Mitsubishi vai prover capital de giro para sustentar esse crescimento. Vamos aumentar em pelo menos 20% a 25% a média anual de investimentos nos próximos anos". Neste ano, a Ceagro prevê investir R$ 50 milhões.

Em 2013, a empresa deve originar 1 milhão de toneladas de grãos, das quais 200 mil de produção própria e 800 mil de terceiros. Pelo menos um terço do volume está atrelado às chamadas operações de barter, nas quais a companhia financia o plantio de pequenos e médios produtores por meio do fornecimento de insumos em troca de parte da colheita como pagamento.

Fachin afirma que a Ceagro deve mais do que dobrar a área plantada - de 70 mil para 150 mil hectares - até o fim da década para assegurar que pelo menos 20% da oferta seja de produção própria. Por ora, a aquisição da Mitsubishi não prevê uma capitalização da Ceagro. Os japoneses já havia injetado recursos na empresa no início de 2012, quando adquiriram 20% das ações por meio de um aumento de capital.



Veículo: Valor Econômico


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