Para analista, repasse para o varejo pode ser freado por consumo fraco
Pressionada no atacado pelas altas das cotações internacionais da soja e do câmbio, e internamente pelo aumento das tarifas dos transportes públicos, a segunda prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M, da Fundação Getulio Vargas), que serve de indexador dos aluguéis, registrou uma alta de 0,74%, ante variação de 0,43% da prévia anterior.
Alessandra Ribeiro, economista da Tendências, observa que uma elevação dos custos no atacado leva de 30 a 45 dias para chegar ao varejo. Mas ressalta que o consumo em baixa no mercado interno pode funcionar como inibidor do repasse das altas internacionais e do câmbio aos preços do varejo.
Transportes pesam em SP
O Índice de Preços no Atacado (que responde por 60% do IGP-M) subiu 0,6%, contra queda de 0,2% em maio, puxado principalmente pela aceleração de 1% nos preços dos alimentos. Nesse grupo, a grande pressão veio da soja, com alta de 9,83%, e do farelo de soja, que subiu 17%.
- Incertezas sobre a safra americana fizeram subir os preços da soja lá fora, mas há um movimento geral dos preços dos alimentos, que caíram muito no início do ano e esse recuo se esgotou - explicou Salomão Quadros, superintendente adjunto de inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). - O câmbio, que subiu 10% nos últimos dias, ainda tem efeito marginal nas altas do atacado. Mas se o dólar se mantiver em alta, o repasse chegará aos preços do consumidor.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, passou de 0,13% para 0,18% na segunda prévia de junho, puxado pelos reajustes das tarifas de metrô e ônibus, que subiu 0,42%.
Veículo: O Globo - RJ