Em meio aos impactos da crise financeira na economia do país, as empresas do ramo atacadista consultadas pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO registram aquecimento nas vendas em janeiro no Estado. O setor, que verificou um crescimento nominal de 8,5% em 2008 na comparação com o exercício anterior, deverá continuar a crescer neste ano, conforme o presidente da Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Leonardo Miguel Severini.
De acordo com o presidente da entidade, os reflexos que deverão ser sentidos pelo segmento serão em relação ao perfil dos produtos comercializados. Para ele os consumidores deverão buscar produtos com preços menores. "Alguns itens deverão ser substituídos por outros mais baratos", disse.
Segundo ele, a tendência é de um mercado positivo ainda que inferior obtido em em 2008. "A expansão do setor deverá ficar na média do crescimento econômico brasileiro", disse. As projeções apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país tenha uma elevação de aproximadamente 3% este ano.
O diretor-presidente da União Atacado e Distribuidora Ltda, instalada em Uberlândia (Triângulo Mineiro), Geraldo Eduardo Caixeta, espera registrar um incremento da ordem de 10% em janeiro de 2009, ante o mesmo período do exercício passado.
Favorável - Segundo Caixeta, que também é presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), o primeiro mês do ano é favorável para o setor. Neste período o comércio varejista está repondo os estoques. "Além disso, é um bom momento para as vendas dos supermercados", informou.
Conforme o diretor-presidente, em dezembro do ano passado foi verificada retração no mercado. "As mercadorias não circularam conforme as expectativas", disse Caixeta. O cenário foi atribuído à crise financeira.
As projeções da União Atacado para 2009 são otimistas. Caixeta afirmou que os problemas ocasionados pela crise já foram detectados e deverão ser sanados. "Poderemos ter uma elevação no desemprego em alguns setores, como o automotivo, mas os impactos não deverão conter o crescimento do ramo atacadista", disse.
Na Tecidos e Armarinhos Miguel Bartolomeu S/A (Tambasa), instalada em Contagem (RMBH), as vendas estão aquecidas. Conforme o diretor comercial, Alberto Portugal Milward Azevedo, os resultados no início de janeiro estão acima do esperado.
Segundo o diretor, a média de encomendas semanais está entre R$ 22 milhões e R$ 23 milhões. "As vendas nesta semana deverão fechar em R$ 28 milhões", informou Azevedo.
Para ele, o crescimento dos negócios reflete a reposição dos estoques por parte do comércio varejista, que registraram resultados positivos no período natalino do ano passado. "Tradicionalmente, o primeiro mês do ano é positivo para a empresa", disse. Em janeiro o crescimento será de aproximadamente 8%, em relação ao mesmo intervalo de 2008.
Veículo: Valor Econômico