Os preços internacionais do açúcar caíram nesta semana para os níveis mais fracos dos últimos três anos, mas foram buscar uma recuperação diante da expectativa de que a produção não cresça no Brasil durante a temporada 2013/14. De acordo com relatório divulgado por Safras & Mercado, na ICE Futures US (Bolsa de Nova York), os contratos com entrega futura para outubro chegaram a operar com cotações abaixo de 16 centavos de dólar por libra-peso nesta semana, o que não acontecia há três anos.
Os contratos com entrega em outubro encerraram a sessão do dia 18 a 16,18 centavos de dólar por libra-peso, alta de 0,74% na comparação com o fechamento da sessão do dia 12, de 16,06 centavos de dólar por libra-peso.
Conforme operadores, o mercado tem sido pressionado por vendas associadas com a desvalorização do real frente ao dólar. O Brasil é o maior exportador mundial de açúcar, e quando a moeda local se enfraquece, os produtores se animam a vender mais, já que receberão uma quantidade maior de reais pelos seus produtos exportados em dólar.
Apesar de ter rompido a resistência técnica e psicológica dos 16 cents/lb em pelo menos duas sessões nesta semana, os fechamentos efetivos foram acima da marca, o que atraiu cobertura de posições vendidas por parte de fundos e especuladores. Do lado fundamental, os mercados futuros de açúcar reagiram bem à possibilidade das usinas do centro-sul não aumentarem a produção de açúcar neste ano.
Unica - Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), suas unidades produtoras associadas estão priorizando o etanol na safra 2013/14, e se a situação não sofrer alterações nos próximos meses, é provável que a produção de açúcar fique igual à do ano passado. Ainda assim, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) aponta que haverá um excedente recorde na temporada 2012/13 do mercado mundial, que será encerrada em setembro, de cerca de 10 milhões de toneladas.
O avanço da colheita da safra de cana-de-açúcar do Brasil, após algumas paralisações em junho por conta das chuvas, é outro fator que tem pressionado severamente as cotações futuras do açúcar.
Veículo: Diário do Comércio - MG