CNA sugere preço mínimo para o café de montanha

Leia em 2min 50s

Custos mais elevados nessa região.

Os custos elevados da produção de café nas regiões de montanhas, principalmente em Minas Gerais que é o maior produtor do grão, aliado aos baixos preços praticados no mercado tem despertado a atenção dos representantes dos cafeicultores que estão requerendo junto ao governo medidas diferenciadas para esta produção. O objetivo é criar políticas para que a produção nas montanhas se torne viável e lucrativa.

De acordo com a assessora técnica da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Natália Fernandes, a criação de políticas diferenciadas para a cafeicultura de montanha é fundamental para a continuidade da atividade. O café, considerado de montanhas, é cultivado em lavouras com declividade acima de 25%.

"O cenário atual é desfavorável para toda a cafeicultura uma vez que os preços estão abaixo dos custos de produção. A situação das regiões montanhas é ainda mais grave, já que o relevo impede a mecanização da cultura obrigando os cafeicultores a investirem na contratação de mão de obra, que além de escassa é muito onerosa e retira a competitividade do grão no mercado. A conseqüência é o aumento de endividamento dos cafeicultores e, em casos mais agraves, o abandono da atividade", diz.

Entre as questões que serão discutidas com o governo estão a diferenciação dos preços mínimos das regiões montanhosas em relação à produção mecanizada, o maior apoio e incentivo à inovação tecnológica, a mecanização dos cafezais, a erradicação de cafezais improdutivos, a redução dos custos de mão de obra na cafeicultura de montanha, com a desoneração da folha de pagamento.


Preço mínimo - Segundo Natália, uma das principais questões que serão discutidas com o governo é a diferenciação dos preços mínimos. Para se ter uma ideia, o custo de produção de uma saca de 60 quilos em regiões montanhosas fica em média a R$ 350, enquanto nas áreas mecanizadas o valor para produzir o mesmo volume é de R$ 290.

"O custo das regiões montanhosas é muito superior ao registrado nas áreas onde é possível introduzir a mecanização. Por isso, é necessário que no estabelecimento do preço seja feita a diferenciação. Enquanto o valor mínimo definido pelo governo, R$ 307, é suficiente para gerar lucro nas regiões mecanizadas nas áreas montanhosas não cobre nem os custos de produção", avalia.

Outro ponto importante e considerado fundamental para a viabilização da atividade é o investimento na criação de máquinas capazes de atuar em áreas montanhosas. No país a ideia é desenvolver o projeto em parcerias com universidades e entidades ligadas ao setor de bens de capitais, como a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

"A tecnologia para mecanizar lavouras em áreas montanhosas já existe no mundo, o que precisamos são de pesquisas que adaptem estas tecnologias disponíveis à cultura do café", ressalta.

O estudo propõe também a renovação de cafezais em áreas de montanha a partir da liberação de linhas de crédito e investimento exclusivas para a região com juros de 2% ao ano e outros dez anos de prazo para pagamento, além de um período de quatro anos de carência.

O projeto também sugere a criação de bônus para produtores que queiram desistir da atividade. "Esse recurso seria empregado na quitação das dívidas para que o cafeicultor saísse com dignidade do setor e pudesse investir em outra área", argumenta.



Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Cafeeiros: Medidas emergenciais são necessárias

Nesta semana, demos continuidade aos encontros com os representantes do governo federal para que sejam, emergencialmente...

Veja mais
Cotação do açúcar com tendência de queda

Os preços internacionais do açúcar caíram nesta semana para os níveis mais fracos dos...

Veja mais
BSCA seleciona grãos para promoção externa

Os profissionais da equipe de degustação dos processos de certificação da Associaç&at...

Veja mais
Concurso elege os melhores queijos do Brasil

Manteiga, doce de leite e requeijão também foram produtos premiados na disputa realizada em Minas Gerais.O...

Veja mais
A Philips reforça seu portfólio em utilitários de cozinha

A Philips reforça seu portfólio em utilitários de cozinha e cria um centro de inovaçã...

Veja mais
Lojas de SC lucram com frio intenso

Pesquisa da Fecomércio-SC aponta aumento de 10,5% no faturamentoO frio intenso em grande parte do país e a...

Veja mais
Áreas de café de São Paulo e Minas Gerais escapam de geada

Áreas de café de Minas Gerais e São Paulo escaparam de geada apesar do frio intenso, mas temperatur...

Veja mais
Eli Lilly avalia produzir genérico de marca para completar portfólio

Prestes a assumir a presidência da farmacêutica americana Eli Lilly no país, a partir do dia 1º ...

Veja mais
Farmácia de departamentos

A CVS começa a imprimir seu estilo na Drogaria Onofre com a inauguração de loja em SantosQuem entra...

Veja mais