Cafeeiros: Medidas emergenciais são necessárias

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Nesta semana, demos continuidade aos encontros com os representantes do governo federal para que sejam, emergencialmente, implantadas medidas de apoio ao setor cafeeiro, haja vista a continuidade dos preços aviltados praticados no mercado. Tínhamos a expectativa de que as medidas fossem anunciadas na quinta-feira passada, na reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). Entretanto, o encontro foi adiado em função da impossibilidade de se ter a pauta completa, uma vez que nem todos os representantes dos quatro comitês que compõem este fórum puderam repassar suas orientações e sugestões.

Por outro lado, reconhecemos a busca do consenso entre as lideranças da cadeia produtiva e os governantes, em especial os ministérios da Fazenda e da Agricultura, para que, enfim, seja implementado um programa de leilões de opções públicas e também liberados os recursos para as linhas financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), ações que deverão ser tornadas públicas pelo governo muito em breve.

O mercado cafeeiro foi extremamente climático ao longo da semana, até o fechamento de quinta-feira. Com o avanço da frente fria sobre o Brasil, os agentes mercadológicos especularam para antecipar uma precificação em relação às informações sobre o tempo no maior produtor e exportador mundial da commodity. O vencimento setembro 2013 do contrato C, na bolsa de Nova York, registrou recuo de 50 pontos no acumulado da semana até ontem, negociado a US$ 1,2480 por libra-peso.

A possibilidade de geadas no cinturão produtor nacional fez com que os operadores "relembrassem" que é inverno no Brasil e, assim, na segunda e na terça-feira, o café arábica subiu na ICE Futures US, recuperando boa parte das perdas anteriores. Entretanto, foi baixa a incidência de geada nos cafezais do país, as quais não causaram danos significativos às lavouras. Dessa maneira, o mercado cedeu na quarta-feira, mais do que devolvendo os ganhos climáticos anteriores e aflorando a sensação de que a onda de frio sobre o Brasil não impactaria a safra atual.

Na quinta-feira, os agentes cobriram algumas posições vendidas e equilibraram a conta semanal em Nova York. Em verdade, o que os operadores demonstram é que aguardam novidades no lado fundamental.

Considerando este cenário, recordamos que é emergencial a necessidade de implementação das medidas de apoio ao setor produtor cafeeiro, como os leilões de opções públicas, para que os produtores não se vejam obrigados a comercializar mais uma safra a preços que se quer se equivalem aos custos de produção.

Já os futuros do café robusta tiveram desempenho negativo ao longo de toda a semana. O contrato 409 da Euronext Liffe acumulou perdas de US$ 36 e encerrou a quinta-feira cotado a US$ 1.908 por tonelada. O desempenho do mercado internacional do conilon foi ditado por fatores técnicos baixistas, como a continuidade das vendas da Indonésia e o desempenho das exportações do Vietnã, que, conforme números prévios do Escritório Geral de Estatísticas do país, deverão crescer, em julho, 2,3% em volume e 2,2% em receita ante junho, totalizando 1,5 milhão de sacas e US$ 190 milhões, respectivamente.

No mercado interno, as cotações do café arábica e robusta acumularam perdas de 0,47% e 1,17%, respectivamente, apesar das baixas temperaturas registradas no Brasil, conforme indicou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo agentes consultados pela instituição, por enquanto apenas alguns pés de café foram queimados pelo frio intenso, principalmente no noroeste do Paraná, mas esse fato não é generalizado. De qualquer forma, os produtores devem permanecer alerta a esta variável do clima.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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