Comerciantes das Ceasas pedem melhorias

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O colorido vibrante das frutas e hortaliças se mistura com uma infinidade de cheiros e sabores. Em poucos minutos, o bonito cenário, que lembra uma obra de arte, tamanha a  diversidade de cores, dá lugar ao lixo acumulado, lama, restos de alimentos e ratos.

Essa é a realidade do Centro de Abastecimento da Bahia (Ceasa-BA), considerado o mais importante mercado atacadista de hortifrutigranjeiros do Estado, localizado na rodovia CIA-Aeroporto.

Responsável pelo abastecimento da maioria dos supermercados, hotéis, restaurantes, hospitais e pequenos comerciantes da região, a Ceasa amarga, hoje, em um espaço de plena decadência.

Além da falta de higiene, os mais de 400 comerciantes, que se dividem em 194 boxes e 14 galpões, convivem com constantes problemas elétricos, falta de água, de segurança e organização.

Um dos mais antigos permissionários do local, o comerciante Adilson Cardoso da Silva, 40, conta que a situação de abandono na qual a Ceasa se encontra se arrasta desde os anos 80, quando comprou seu primeiro espaço no local.

"O mercado sempre foi imundo e mal cuidado. Estou aqui há mais de 20 anos e nunca vi uma reforma nem mobilização para trazer melhorias. A situação piora a cada dia", disse.

Segundo Adilson, nos dias de chuva, a realidade é assustadora. "A água passa pelo telhado e cai pelos bocais das lâmpadas, molha o emaranhado de fios desencapados. Ficamos apreensivos, pois a qualquer momento pode acontecer um grande curto-circuito", disse.

De acordo com a comerciante Michele Almeida Cerqueira, a falta de estrutura física adequada tem afastado os clientes e causado grande prejuízo aos vendedores.

"Pagamos aluguel, condomínio e não dispomos de nenhuma estrutura física para melhorar nossos boxes. Já pensei em instalar um computador para oferecer comodidade ao cliente, mas não posso, pois não há segurança. Acabo perdendo muitas vendas por conta disso. Somos forçados a viver na precariedade", lamentou.

Decadência


A situação de abandono se estende, ainda, a três dos quatro mercados varejistas, mais conhecidos como ceasinhas, situados em Salvador.

Com exceção da localizada no bairro do Rio Vermelho, que se encontra, atualmente, em reforma, vendedores e clientes dos mercados do Ogunjá, Paripe e Sete Portas reclamam da falta de higiene, organização, segurança e de prejuízos.

Primeira permissionária da ceasinha do Ogunjá, Maria Augusta de Santana, 72, conta que o mercado já viveu tempos áureos, no entanto, hoje, está abandonado. Dos 123 boxes e 16 restaurantes, apenas 70 continuam em funcionamento.

"Logo quando foi inaugurada, há mais de 30 anos, esse era um lugar valorizado. Tínhamos um mercado bonito, arrumado. Hoje, os vendedores estão desistindo, fechando os boxes e comercializando em outros lugares. Sinto como se o mercado estivesse prestes a fechar", contou.

A sensação de dona Maria Augusta é compartilhada pela aposentada Maria Alcina Dias, 60, que há dez anos faz, mensalmente, compras na ceasinha da Sete Portas.

"Venha aqui porque é mais perto da minha casa, mas, muitas pessoas preferem pagar mais caro em um supermercado de shopping, pois tem conforto e tudo limpinho. Aqui é difícil até para estacionar", disse.



Veículo: A Tarde - BA


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