Estoques de trigo estão zerados

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A dependência de trigo importado voltou a castigar os brasileiros. Os estoques do grão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estão zerados, a Argentina nosso principal fornecedor suspendeu as exportações neste ano e o Brasil produz apenas a metade do que consome. A solução, ou o remendo que estamos fazendo, é importar dos Estados Unidos e do Canadá, com o custo que isso implica e o dólar valorizado. O reflexo? A farinha de trigo ao consumidor já subiu 20% neste ano. A colheita no Paraná e no Rio Grande do Sul, principais produtores nacionais, começa em setembro e segue até dezembro em outros países do Mercosul. Até lá, serão meses tensos para o setor.

O cenário não é novo. Na verdade, retrocedemos cinco anos, quando a Conab também teve seus estoques de trigo zerados por problemas semelhantes aos de agora. O preço da farinha, para o consumidor, chegou a R$ 2,02 em junho daquele ano. Atualmente, de acordo com o IPC/IEPE, o preço do quilo é de R$ 1,94, em média. Dá para imaginar que vem mais inflação por aí.

– Falta política de incentivos por parte do governo para estimular o cultivo, reduzindo o custo de produção. Hoje, quem tem trigo está colocando o valor que quer, mas isso não é positivo. O produtor vive na gangorra de preços – avalia Hamilton Jardim, presidente da comissão do trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).

Como os moinhos devem cumprir os contratos com a indústria, estão pagando o preço que for para abastecer o mercado interno. E o consumidor, refém do cenário, também. A luz no final do túnel, diz Jardim, é esperar pelo final da colheita para se ter um ideia do que o país e nossos vizinhos do Mercosul vão colher. Apenas apagando incêndio, o governo anunciou que a Câmara de Comércio Exterior ampliou de 31 de julho para 31 de agosto o prazo para importação de trigo de fora do Mercosul com alíquota zero. Resta saber se, em um futuro próximo, repetiremos novamente 2008 e 2013 ou se teremos uma ação de longo prazo para estimular o plantio do grão e não penalizar produtores e consumidores.



Veículo: Zero Hora - RS


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