Rastreamento cresce com oferta de serviço de valor agregado

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O setor de serviços relacionados ao rastreamento e monitoramento de veículos e cargas rodoviárias, embora originado na necessidade de buscar maior segurança, tomou impulso nos últimos anos graças ao avanço tecnológico que permitiu o uso dos equipamentos sensores para telemetria, fornecendo informações para obter melhorias na produtividade das operações. Neste ano o mercado está sendo estimulado pela entrada em vigor da Lei do Motorista (12.619, de 2012), que estabelece limites rígidos para a atuação e a carga horária do profissional.

Como os riscos relacionados à segurança também não foram eliminados, cresce também o uso de soluções como as iscas, rastreadores reduzidos colocados dentro das cargas. O assessor de segurança da NTC&Logística, entidade que agrega por volta de 3,5 mil empresas de transporte e logística, coronel Paulo Roberto de Souza, estima que em 2012 podem ter ocorrido entre 500 a 800 casos a mais de roubos de carga que em 2011, com prejuízos entre R$ 960 milhões a R$ 970 milhões em 2012. "Dos 27 Estados, nove ainda não mandaram seus dados", diz.

Os números fazem da contratação do serviço obrigação definida pelas seguradoras. A boa notícia é que, além da possibilidade de novos serviços, o ganho de escala e o aumento da concorrência - Souza calcula que 400 empresas disputem o mercado hoje - fizeram o custo dos equipamentos cair.

Para Ricardo Tavares, CEO da TechPolis, um em cada três chips desse tipo são absorvidos pelo segmento - algo perto de 2,5 milhões de chips em operação. "Sem a atuação de equipamentos e gerenciadoras de risco o prejuízo com roubos de carga seria superior a R$ 1 bilhão", diz o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec), Cyro Buonavoglia, dono da Buonny.

A Porto Seguro investe no segmento. Sua gerenciadora, a Proteção e Monitoramento, passou a atuar com mais força em rastreamento, com a oferta, neste ano, de tecnologia própria com conexão celular.

Uma das transformações que marcam o setor, segundo Cilineu Nunes, vice-presidente de tecnologia da Gristec e presidente da Zatix, que atende 100 mil veículos e tem receita bruta anual de R$ 150 milhões, é a pulverização de empresas regionais, inclusive em sistema de franquia, com foco no rastreamento do casco, ou o veículo em si. "Com baixo valor agregado, precisa de volume", diz.

A Pósitron oferece ferramentas para gestão de transporte, de telemetria e de frotas, segundo Obson Oliveira, diretor da unidade de rastreamento. Em 2012 a empresa lançou um equipamento com mais inteligência embarcada para acionar automaticamente funções como o travamento do veículo caso seja desviado de sua rota. A Pósitron atende uma frota de 150 mil veículos, dos quais 70% são de carga e cresce em média 30% ao ano.

A Autotrac avança no mesmo ritmo. Fundada há 20 anos pelo ex-piloto de F-1 Nelson Piquet, faturou R$ 261 milhões em 2012 graças a produtos como o Autotracker Prime, que oferece desde 2011 controle de segurança, logística e telemetria e funciona por celular ou por satélite com cobertura continental. Em maio, entrou no segmento de pessoa física. "Temos 30 mil clientes, com 200 mil equipamentos", diz o gerente de marketing, Marcelo Porlan.

A Sascar, que atende mais de 230 mil veículos, 180 mil deles pesados, aposta em diferenciais como capilaridade de atendimento comercial e técnico, com mais de 200 pontos de instalação em mais de 3 mil municípios. Segundo o CEO Marcos Trigueiro, a empresa, adquirida pela GP Investimentos há dois anos, investiu R$ 20 milhões em solução via internet e cria soluções sob medida para atender necessidades de segmentos como usinas de açúcar e álcool.





Veículo: Valor Econômico


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