Quem dá mais pelo arroz?

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A confirmação do leilão de arroz que será realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na próxima semana tem mexido com os nervos do produtor gaúcho. Serão 50,1 mil toneladas oferecidas de um estoque formado aqui no Estado. O argumento do governo é a necessidade de equilibrar os preços o valor da saca vem crescendo, chegando a uma média de R$ 34 e liberar os estoques públicos de 1,1 milhão de toneladas do grão.

Conforme o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, em março já havia sido acertado com representantes do setor que ocorreria leilão do grão se a saca passasse dos R$ 33. (mercearia)

– Vamos fazer a operação e avaliar. Se o preço não cair, seguimos com leilões. Se derrubar muito o valor, não faremos mais – explica.

Vem de um passado recente a preocupação dos produtores. Na safra de 2010/2011, da qual a maior parte dos arrozeiros não quer nem lembrar, a quantia paga ao produtor chegou à casa dos R$ 18, bem abaixo do preço mínimo de R$ 25,80. Como resultado, o setor viveu uma das piores crises. Produtores acumularam dívidas – que ainda estão sendo pagas, dentro do programa de renegociação. Não por acaso, o tema apareceu durante os discursos na cerimônia de posse do novo presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles.

– É preciso que os leilões sejam bem conduzidos. Nem sempre a queda de preço para o produtor se reverte em menor valor para o consumidor – alerta o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, ao comparar que, naquele período, a redução para o produtor foi de 48% e para o consumidor, 13%.

Presidente da Câmara Setorial do Arroz e da comissão do arroz da Farsul, Francisco Schardong reitera a tese, afirmando que o reflexo nas prateleiras dos supermercados demora três meses a aparecer, “porque o varejo primeiro gasta o estoque com o preço antigo”.

Alertado sobre o risco de efeitos negativos para o preço ao produtor, Geller garante que para o arroz tipo 1, o preço mínimo do leilão será na casa de R$ 33:

– Não queremos valores acima de R$ 35, que gerem inflação, e nem abaixo dos R$ 33, que prejudiquem o produtor.



Veículo: Zero Hora - RS


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