Com a colheita do algodão avançando, a escalada de alta foi estancada e os preços vêm apresentando leves recuos. Enquanto as indústrias continuam comprando apenas para atender necessidades imediatas, os produtores focam no atendimento dos contratos fechados antecipadamente.
No CIF de São Paulo, a indicação está por volta de R$ 2,12 por libra-peso, o que corresponde a uma valorização de 5,5% em relação ao mesmo período do mês anterior. Comparado à igual momento do ano passado, a alta é de 37,7%.
A primeira pesquisa de intenção de plantio para a safra 2013/14, realizada pela consultoria Safras & Mercado, aponta um aumento de 23% da área a ser cultivada com algodão no Brasil. O levantamento chegou a um total de 1,116 milhão de hectares a serem encobertos com a cultura, contra 907 mil hectares da safra 2012/13.
Confirmados estes números, os cotonicultores recuperarão parte do espaço perdido para os grãos na safra 2012/13, quando a área foi de 907 mil hectares. "A motivação para os produtores elevarem em 208,677 mil hectares a área de algodão está diretamente relacionada à recuperação das cotações, que neste momento superam as de igual período do ano passado em 38%", afirma o analista de Safras & Mercado Elcio Bento.
Outra característica da produção da safra 2013/14 será um aumento mais que proporcional do plantio de algodão safrinha em relação à primeira safra. Isso se justifica pela queda acentuada do preço do milho.
Por outro lado, uma recuperação mais expressiva, para os patamares da safra 2011/12, é limitada pelos preços da soja, que continuam atrativos. Com isso, aqueles produtores que não tem uma estrutura voltada para a produção de algodão e que quando os preços estão altamente compensatórios apostam no algodão, tendem a continuar com a oleaginosa.
A experiência negativa com a lagarta Helicoverpa na última safra, que reduziu a produtividade e aumentou os custos de produção, também pesa negativamente. Para fechar, o setor produtivo segue esperando uma elevação do preço mínimo de garantia, atualmente em R$ 44,60 por arroba e abaixo do custo de produção, que no Mato Grosso, por exemplo, fica por volta de R$ 60,00/arroba. Se, até o momento do preparo do solo e do plantio houver um reajuste, poderá motivar um plantio maior.
Confirmada a área de 1,116 milhão de hectares e considerando a média de produtividade nas últimas cinco safras, o montante de pluma produzida no país será de 1,554 milhão de toneladas, avançando 23,3% em relação à safra anterior. No Mato Grosso, maior produtor nacional se espera uma área de 562,5 mil hectares ( 25%) e uma produção de 777 mil toneladas ( 23,3%).
Veículo: Diário do Comércio - MG